Classificado às Paralimpíadas, Matheus Rheine avalia provas disputadas na seletiva
Brusquense vai à sua terceira participação nos Jogos Paralímpicos, depois de Londres 2012 e Rio 2016
O nadador Matheus Rheine está apto para representar o Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio, após ter disputado a seletiva no Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em 2, 3 e 4 de junho. O brusquense certamente estará competindo em sua especialidade, os 400 metros livre, mas também poderá estar presente na disputa dos 50 metros livre, pois obteve o índice internacional, e até mesmo no revezamento 4×100. Está será sua terceira participação em Paralimpíadas, depois de Londres 2012 e Rio 2016.
A partir de agora, Rheine e sua comissão técnica começam a definir quais são os próximos passos. A princípio, ele deverá retornar a Brusque e fazer uma primeira semana de treinos na cidade, como já vinha fazendo. “Depois a gente vai conversando para ver quantas vezes vamos ao CPB, quantas vezes é o ideal. Até conversei com o Hiro [Marcelo Sugimori], mas acho que neste exato momento ainda é um pouco cedo para definirmos as datas em que vamos vir para cá.”
O nadador de 29 anos afirma que estar em Brusque lhe faz bem, e que os treinamentos têm sido bons na cidade, onde a estrutura é satisfatória. Outro argumento a favor de permanecer em Brusque é o fato de os tempos nos treinos da piscina de 25 metros da Viva Academia serem semelhantes aos tempos da piscina olímpica de 50 metros.
“É muito bom saber que a gente tem a oportunidade de ir ao CPB fazer um tiro numa piscina que está entre as melhores do mundo. Dá uma tranquilidade, e com certeza viremos algumas vezes para cá. Só não sabemos quando e quantas vezes.”
“A sensação é de que tudo que dava para extrair em cada momento eu extraí. Vivi esta competição de corpo e alma. Há a paz de espírito de saber que a gente sempre faz tudo que é possível, com muita confiança no trabalho dos técnicos. Tenho enorme admiração e respeito por tudo isso.”
100 metros livre
Na manhã de quarta-feira, 2, Rheine participou da seletiva dos 100 metros livre. Após uma ótima largada, o brusquense acabou pecando num momento decisivo: a virada. “Eu errei a virada. Culpa totalmente minha. O Hiro deu o toque na minha cabeça, e nos 30, 40 metros, eu tinha encurtado a braçada. Achei que eu conseguiria virar, e meu pé não chegou muito legal na parede. Saí praticamente do zero, e a volta doeu como nunca.”
Após terminar com 1min01, pela manhã, o nadador diminuiu o tempo para 1minuto. “Esperava fazer 59, mas ter acertado a virada me deu confiança”. Não há a prova individual de 100 metros livre nas Paralimpíadas, apenas no revezamento. “Só vamos entrar caso todos [para formar um quarteto] façam o índice. A expectativa é muito alta para que haja a classificação.”
400 metros livre
Em primeira série, durante a manhã de quinta-feira, 3, Matheus Rheine resolveu mudar a estratégia, com um início de prova mais agressivo, principalmente nas pernadas. No entanto, não conseguiu manter o ritmo nos últimos 200 metros. Teve tempo de 4min55, cerca de 1s30 acima do índice paralímpico.
No entanto, o brusquense relata que, por meio da chamada filmagem biomecânica da prova, que foram utilizadas 70 braçadas a menos em comparação aos seus desempenhos de 2019. Ou seja, foi uma melhoria significativa, com menos movimento para velocidade semelhante.
“À tarde era a última chance. Era organizar todos os pensamentos, conversei com meus técnicos para ter a calma e a segurança. Era tudo ou nada”, comenta.
Menos ansioso, Rheine conseguiu o ótimo tempo de 4min49s89, confirmando o que vinha sendo feito nas simulações, algumas delas favorecidas pelos impulsos em mais viradas nos treinos das piscinas de 25 metros.
“Meu final de prova foi muito melhor, com menos pernada. Eu já sabia que não tinha adiantado a pernada mais forte. Sabia que o gás final precisava ser arrumado. Consegui este final de prova muito bom, o nado limpo está muito bom.”
50 metros livre
Mais cansado na sexta-feira, 4, Matheus Rheine conseguiu fazer os 50 metros em 28s26, sem superar o tempo obtido durante a manhã. Ele acabou se esbarrando em um colega na raia ao lado. De qualquer forma, obteve o índice paralímpico. O índice do CPB, no entanto, era mais exigente e não foi obtido. Ainda assim, o brusquense está apto a disputar a prova em Tóquio.
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