Maurício Thomas projeta continuidade da Abel Moda e faz balanço da Superliga
Próxima competição nacional prevista no calendário é a Superliga B, em 2024
Próxima competição nacional prevista no calendário é a Superliga B, em 2024
Terminada a primeira fase da Superliga, o técnico Maurício Thomas, da Abel Moda Vôlei, afirma categoricamente que pretende dar sequência ao projeto, com participação no Campeonato Catarinense e nos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) em 2023, além da Superliga B de 2024.
“A intenção do projeto é continuar. Nós não temos nenhum interesse em terminar o projeto, mas sim em continuar, na Superliga B.”
O desafio é ampliar o financiamento da equipe por meio de patrocínio. Isto porque a receita proveniente da Fundação Municipal de Esportes (FME) com o Programa Arthur Schlösser de Incentivo ao Esporte é insuficiente para a formação de um elenco competitivo, especialmente na segunda divisão nacional e para custos de viagem, alimentação e material esportivo.
Com o fim da campanha na elite, Thomas projeta a participação no Catarinense, competição que, em 2022, começou em agosto. A formação da equipe volta a um estágio inicial, sem os membros da comissão técnica contratada para a Superliga. A equipe buscará contatos com os patrocinadores atuais, com um balanço da exposição das marcas na Superliga e novas parcerias. “A Abel volta a buscar recursos para tentar retornar à elite do vôlei”, comenta.
Entre os impactos positivos da Superliga, Maurício Thomas lista a hotelaria e o turismo de esporte, com grandes nomes do vôlei nacional jogando em Brusque. Foi o caso de diversas jogadoras de seleção brasileira e de seleções estrangeiras, além dos treinadores Bernardinho, do Sesc/Flamengo, e José Roberto Guimarães, do Barueri. “Isto despertou maior interesse das crianças pela prática do voleibol, movimentou o vôlei da região.”
Dentro de quadra, o desempenho deixou a desenhar, com derrotas nas 22 rodadas da primeira fase. A perda do patrocínio da FIP no fim de 2022 comprometeu um orçamento já apertado, e qualquer busca por reforços ficou impossibilitada.
“Em quadra não tivemos ganhos. Apenas perdemos as partidas. Tecnicamente o resultado foi ruim. Mas acho que, fora de quadra, o resultado foi muito bom. Nós demos um grande retorno para a cidade, levamos o nome da cidade de Brusque a muitos países, muitas cidades. Acho que isto não acontecia há muito tempo.”
A participação na Superliga 2022-23 também serviu para mostrar aos patrocinadores atuais e aos possíveis a realidade da competição e da estrutura e dos investimentos necessários. “Hoje a gente consegue mostrar ao patrocinador o que é uma Superliga. Os que acham legal, que têm interesse, já vão saber do que se trata. Não vai assustar tanto a conversa com o patrocinador, porque ele entende a dimensão da Superliga.”
“Foi muito difícil jogar sem condições iguais. Éramos um intruso na situação, porque, financeiramente, a discrepância era muito grande. Eu confesso que, desta forma, participar novamente é muito difícil. Encaramos o desafio.”
Maurício Thomas acredita que as eleições de 2022 e a transição no governo federal dificultou o convencimento a potenciais patrocinadores, que preferiram segurar investimentos naquele momento. “As empresas que investiram na gente acreditam muito no esporte, merecem todo o nosso respeito. Demos um retorno gigantesco de mídia para eles nas transmissões do SporTV.”
Continua aberto o projeto de R$ 1,3 milhões aprovado pela Lei de Incentivo ao Esporte. Empresas podem destinar até 2% de seu imposto de renda à Abel. “As empresas que gostam de voleibol, querem patrocinar, mas talvez não tenham o fluxo de caixa necessário para pagar patrocínio podem pagar com o imposto. É uma captação anual”, comentam.
Atualmente, cerca de 100 crianças participam das escolinhas da Abel. O clube pretende voltar a ter orçamento para disputar competições nas categorias de base.