Bicampeão da Superliga, Maurício Thomas fala sobre Brusque, carreira e momento do vôlei
Presidente da Abel continua com o sonho de voltar a ser técnico em um time profissional brusquense
Presidente da Abel continua com o sonho de voltar a ser técnico em um time profissional brusquense
O presidente da Associação Brusquense de Esporte e Lazer (Abel), Maurício Thomas, foi campeão da Superliga masculina de vôlei pela segunda temporada consecutiva, como auxiliar técnico do Taubaté. Enquanto as equipes de base em Brusque seguem paradas por conta da pandemia, sua carreira continua, mas sempre com um olho voltado para casa. Entre os planos de Thomas para o futuro, continua o sonho de ser treinador de um time profissional brusquense, como já ocorreu nos anos 2000.
O Taubaté venceu o Minas TC em dois jogos na final, depois de ter terminado a primeira fase no segundo lugar. Apesar do bicampeonato, Maurício Thomas afirma que não se trata da construção de uma nova dinastia do vôlei masculino brasileiro. De qualquer forma, confia que sua equipe brigará pelo título no campeonato estadual e na Superliga.
“O Sada Cruzeiro sempre teve o maior investimento no vôlei, e neste ano, por uma fatalidade, perdeu para o oitavo colocado [Vôlei Um Itapetininga, nas quartas de final]. É tricampeão mundial, pentacampeão sul-americano. O Taubaté conseguiu dois títulos consecutivos. É muito forte, ainda é uma força, mas o time a ser batido é o Sada Cruzeiro. Formou um grande elenco e é o favorito para a próxima Superliga.”
Thomas é o assistente do técnico Javier Weber, e desde que chegou tem como função os treinos técnicos, trabalhando os mais diversos fundamentos do vôlei com o elenco. Além disso, presta auxílio na parte tática.
Em 2019, na temporada do primeiro título do Taubaté, Maurício Thomas havia chegado durante o segundo turno da competição, junto com o técnico Renan Dal Zotto. Na época, o Taubaté não era favorito, e estava desacreditado, com problemas técnicos, físicos e psicológicos, conforme relata Thomas. Vinha de eliminações na Copa do Brasil, na Libertadores e no Paulista. Bateu o favoritaço Sada Cruzeiro nas semifinais, e depois o Sesi. Era uma reedição da parceria entre Dal Zotto e Thomas já vista em Brusque, no time feminino da Brasil Telecom, em 2008. Na ocasião, não eram técnico e auxiliar-técnico, mas sim gerente e técnico, respectivamente.
A Superliga não teve a temporada 2019-20 finalizada, por conta da pandemia, e a elite do vôlei brasileiro ficou parada por um período que, na visão de Maurício Thomas, foi bastante prejudicial. Muitas equipes tiveram dificuldades em manter patrocinadores e em renovar acordos do tipo.
“Foi ruim enquanto modalidade e enquanto negócio. Não conseguimos entregar a visibilidade que os patrocinadores queriam. Muitos patrocinadores saíram, e isto enfraqueceu as equipes, que perderam grandes jogadores, sendo muitos estrangeiros, além de atletas da seleção. Empresas locais sentiram mais esta falta de exposição. Como todos os jogos têm transmissão, outros parceiros não tiveram tanto problema.”
As equipes de base da Abel ainda aguardam as liberações dos treinos e a retomada das competições. O projeto tem revelado diversas atletas para as seleções de base, e rendido bolsas de estudos integrais em universidades dos Estados Unidos. O coordenador-geral, Luiz Antonio Moretto, é o braço-direito de Maurício Thomas há anos, e é quem lida mais presencialmente com a gestão.
“Ele corre atrás, mantém os relacionamentos com prefeitura, FME, os pais dos atletas. Precisamos preservar o projeto, às vezes é difícil manter a chama acesa. Temos diversos parceiros que são importantíssimos. Os treinos são liberados atualmente para times adultos, e não é o caso da Abel. Requer muitos recursos para salário, alimentação, moradia e transporte. Nosso projeto que recebe incentivos é destinado à formação”, explica o presidente da Abel.
Hoje auxiliar técnico, Maurício Thomas pretende voltar a ser treinador. E, para o sonho ser completo, prefere que isto ocorra em Brusque, onde sua família se estabeleceu. Para ele, sem vontade, luta e apoio do poder público, é praticamente impossível manter o projeto. Ele destaca a importância do esporte enquanto suporte enquanto política pública atrelada a educação, saúde e segurança.
“Tem que ter força do poder público. Prefeito e fundação de esporte motivando empresas a investirem. Seria possível destinar tributos a um fundo para o esporte, por exemplo. Mas infelizmente não há intenção. Meu futuro depende das oportunidades, e queria que ele fosse aqui.” O modelo aplicado no Taubaté é visto como ideal.
Com a Havan sendo o maior parceiro da Abel hoje no projeto de formação de atletas, Maurício Thomas sugere a criação de uma equipe profissional em Brusque, como já houve de 2008 a 2011. “Somos muito, muito gratos à Havan nesta parceria. Talvez pudesse oportunizar uma equipe para nível nacional, levando o nome de Brusque ainda mais longe.”
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