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Mauro Mariani: “nenhum partido pode apontar o dedo para o outro”

Deputado federal, pré-candidato ao governo do estado, cumpriu extensa agenda em Brusque nesta sexta-feira

O deputado federal Mauro Mariani, pré-candidato do PMDB ao governo do estado em 2018, esteve em Brusque nesta quinta e sexta-feira, quando cumpriu extensa agenda de visitas.

Ele liderou uma comitiva do partido que está passando por todas as regiões do estado, já de olho no pleito do próximo ano.

Além de Mariani, passaram pela cidade os ex-governadores Casildo Maldaner e Paulo Afonso; o deputado federal Rogério Mendonça, o Peninha, e o secretário de estado de Desenvolvimento Sustentável, Carlos Chiodini.

Os peemedebistas buscam capilarizar o nome da Mariani para as próximas eleições, quando, aparentemente, finalmente o partido irá sair da sombra do PSD e disputar, na cabeça de chapa, a eleição majoritária no estado.

Em entrevista coletiva, Mariani diz que há consenso formado no partido tanto para que haja candidatura própria, quanto para que seu nome para liderar a chapa.

“Os nomes do partido são muitos, mas no decorrer da caminhada está afunilando para a indicação do meu nome”, afirma o deputado, que tem recebido o apoio público dos principais caciques do partido, incluindo o vice-governador, Eduardo Pinho Moreira.

“Está caminhando para a consolidação deste cenário. No PMDB está praticamente definida a nossa candidatura ao governo do estado”, garante.

A candidatura do PMDB, entretanto, passa também por uma decisão do PSD, do governador Raimundo Colombo. Havia uma promessa de que o partido governista apoiaria o PMDB no próximo ano, mas lideranças do PSD tem ensaiado que não pretendem abrir mão de candidatura própria, possivelmente do deputado estadual Gelson Merísio.

Mariani vê com naturalidade a divisão no PSD. “Cada partido tem o sonho, e é legítimo, de ter uma candidatura ao governo”, diz. “Há quatro anos o PMDB vivia dilema semelhante, muitas lideranças do PSD querem que o partido apresente novamente candidato ao governo”.

Porém, ele avalia que “não é possível que um partido com a nossa história fique três eleições consecutivas sem apresentar candidato”.

“Essas conversações serão efetivamente definitivas no próximo ano”, afirma.

Dilema também vive o governador Raimundo Colombo, segundo o deputado federal.

“O governador está em posição complicada. Além de cuidar do governo do estado, ele fica em uma situação delicada, não pode romper com o PMDB, por outro lado se percebe que há um movimento buscando o encaminhamento descolado do PMDB”.

Para ele, entretanto, não há nenhum clima de animosidade entre os partidos. “Há muita especulação, muita gente torcendo para criar animosidade, não podemos entrar neste jogo”.

Influências do cenário nacional

Para Mauro Mariani, as definições do cenário político nacional terão grande peso no âmbito municipal, tanto pela formação de composições para a eleição à Presidência da República quanto pelo desgaste dos partidos políticos.

“O cenário de desgaste da classe política influencia, nenhum partido pode apontar o dedo para o outro, observamos isso”, afirma o deputado, que também preside o PMDB de Santa Catarina.

Ainda segundo ele, a popularidade baixa do presidente também afeta o partido, apesar de Temer, na visão de Mariani, ter conseguido melhorar a situação da economia

“Para nos é um problema. Para nós seria melhor que o presidente não fosse do PMDB, mas de outro partido”.

Ele diz que outra dificuldade dessas eleições também será a imagem desgastada do político, que tem sido visto como bandido, de forma generalizada, pelo eleitor.

“Há uma tentativa em curso de criminalizar a política. Politico é ladrão, é sem-vergonha. Vão verificar a história de cada um. Não podemos entrar nesta generalização que está se buscando no país”, diz.

“Nem todos são iguais, existem bons políticos e maus políticos, bons empresários e empresários que estão na cadeia, por sonegação”.

Ele também critica o fato de que pessoas de fora do mundo político tem se apresentado como a salvação da política.

“Você precisa de ter pessoas com experiência, pouco importa se é empresário ou político, é o resultado efetivo”, afirma.

“Temos vários exemplos de tentativas de novidade que deram errado. Quando queremos inventar, elegemos o Collor, viu no que deu; Quando o Lula quis inventar, botou a Dilma, viu no que deu”, conclui.