Média móvel de casos de Covid-19 em Brusque mais do que dobra em 30 dias
Número chegou a 240 no início de dezembro, o maior da pandemia no município até agora
A média móvel de novos casos da Covid-19 em Brusque já ultrapassou o número mais alto do primeiro pico de contaminação do município, no mês de julho.
Há quatro meses, quando a cidade vivia sua então pior fase de contaminação pelo coronavírus, a média móvel chegou a 101,42, no dia 31 de julho.
No dia 30 de novembro, a média móvel de novos casos chegou a 212,57, mais do que o dobro observado no primeiro pico. No início de dezembro, a média móvel subiu um pouco mais, com 240 casos diários na semana finalizada em 3 de dezembro.
A média móvel de casos é calculada somando o número de casos do dia com o dos seis dias anteriores. O resultado desta soma é dividido por sete, chegando-se, então, à média de novos casos durante a última semana.
O Município tem calculado a média móvel de novos casos em Brusque desde o início da pandemia na cidade. O primeiro caso foi confirmado no dia 27 de março. A primeira média móvel foi de 0,71 no dia 14 de abril. Desde então, os números foram subindo, até chegar ao primeiro pico, de 101,42, no dia 31 de julho. Foram três meses para que a média móvel do município chegasse a 100, desde o primeiro caso registrado, e desacelerasse.
O aumento considerável da média móvel naquele período começou em 16 de junho, com 8,42, até chegar a 101,42, no último dia de julho. Ou seja, foram 45 dias da aceleração até o pico.
Aceleração da média móvel
Desta vez, entretanto, a média móvel de casos cresceu rapidamente. Em exatamente um mês, a cidade passou de uma média móvel de 17,7, em 29 de outubro, para 212,57, no dia 30 de novembro. Um aumento de mais de 1000%.
Do dia 29 de outubro, quando a média móvel voltou a subir em Brusque, até chegar a 100, foram apenas 21 dias. De 100,4 para 160,85, foram mais sete dias e de 160,85 para 212,57 foram apenas quatro dias.
O secretário de Saúde de Brusque, Humberto Fornari, tem destacado, em vídeos publicados nas redes sociais, a preocupação com a aceleração dos casos no município. “Estamos com número elevadíssimo de casos em nossa cidade, estado e região. As UTIs da nossa região estão com 89% de ocupação dos leitos Covid. O que nos deixa mais preocupados do que nunca. Por isso, pedimos a população que evite aglomeração e tome todos os cuidados necessários”.
De acordo com ele, evitar as aglomerações e respeitar todas as regras de distanciamento continua sendo a única forma de diminuir a contaminação. “A solução é a não aglomeração, o respeito e controle do distanciamento interpessoal, lavar a mão com água e sabão ou álcool em gel, o uso da máscara. São essas as medidas que podemos realizar para diminuir o número de casos de contaminados, o número de pessoas que vão morrer ainda”.
Na quinta-feira, 3, a Associação Brusquense de Medicina (AMB) e o Sindicato dos Médicos de Santa Catarina – Regional Brusque (Simesc) divulgaram nota reforçando a importância do uso de máscara, do álcool gel e do distanciamento social no combate à pandemia de Covid-19.
Além disso, o comunicado apela para que a população evite aglomerações. As entidades destacam que os números voltaram a aumentar após uma queda entre setembro e outubro e que “essas medidas simples podem reduzir, e muito, a transmissão do vírus e a infecção de novos indivíduos”.
AMB e Simesc ressaltam que o aumento de casos pode causar uma sobrecarga no sistema de saúde e também nos trabalhadores da saúde por causa do desgaste causado por tantos pacientes com problemas causados pela doença.
A nota destaca ainda o aumento expressivo na transmissão do vírus e no número de novos infectados, o que reflete diretamente na quantidade de leitos disponíveis para pacientes enfrentando insuficiência respiratória causada pela Covid-19, bem como sobrecarga de médicos e demais profissionais de saúde.
“É importante lembrar que cada membro da nossa comunidade possui um papel importante no combate a essa doença terrível, que no momento já é responsável por 67 óbitos em Brusque e mais de 170 mil em todo o Brasil”, diz a nota.