Médicos peritos do INSS de Brusque mantêm paralisação

Seis dos nove profissionais estão de braços cruzados desde 4 de setembro

Médicos peritos do INSS de Brusque mantêm paralisação

Seis dos nove profissionais estão de braços cruzados desde 4 de setembro

Embora os servidores de carreira do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Brusque tenham retomado ontem as atividades nos dois períodos, os médicos peritos continuam em greve. Dos nove que atuam no município, seis estão de braços cruzados desde o dia 4 de setembro. A categoria reivindica valorização da carreira com itens como abertura de concursos e reajuste salarial.

Delegado da gerência de Blumenau da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), Anderson Araújo explica que a greve dos médicos peritos não tem relação com a greve dos servidores de carreira. Enquanto os servidores cruzaram os braços a partir de julho, os médicos iniciaram apenas no mês passado.

“São carreiras diferentes. Eles negociaram a parte deles e aceitaram a proposta do governo, mas até agora para a nossa categoria não houve proposta. Por isto, continuaremos em greve. Nós queremos que valorizem a nossa carreira. Queremos que se torne uma carreira que atraia os médicos”, afirma Araújo.

A gerência da ANMP em Blumenau representa Brusque e municípios como Penha, Navegantes, Itajaí, Balneário Camboriú e Rio do Sul. Segundo Araújo, nessas e nas demais cidades que integram a gerência, o número total de médicos peritos é de 54 – 44 a menos do que os 98 ideais para o atendimento à população.

“Estamos com quase metade do pessoal que seria necessário. E isso foi um estudo feito em 2012. De lá pra cá, foram criadas mais agências de atendimento nessa região, então o número deve ser maior”, diz. “Se assim o número já não é suficiente, imagina em greve. Mas infelizmente temos de fazer. Esperamos o governo, mas como eles não fizeram nada tivemos de aderir”, completa.

Ainda de acordo com o delegado, nem todas as pessoas que se dirigem ao INSS são atendidas. Auxílio-doença, análises de recursos e aposentadoria especial são alguns dos procedimentos prejudicados com a greve dos médicos. Araújo ressalta também que não há prazo para a retomada das atividades normais. A categoria irá aguardar o “primeiro contato” do governo federal.

Servidores de carreira

Os servidores de carreira do INSS aceitaram a proposta do governo federal e irão receber aumento salarial de 5,5%, em 2016, e de 5%, em 2017. O pleiteado era 27%. Além disto, o dinheiro descontado da folha de pagamento pelos dias não trabalhados será reposto, contanto que os trabalhadores cumpram jornadas extras.


Situação atual dos outros órgãos federais de Brusque

Além do INSS, outros órgãos federais também reivindicam ajuste salarial. Ainda assim, nenhum deles está em greve atualmente. Confira a situação.


Agência Regional do Ministério do Trabalho

Não aderiu a nenhuma greve neste ano.


Correios

Nove dos 38 servidores do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) dos Correios aderiram à greve nacional da categoria em Brusque, segundo a assessoria de imprensa. As atividades em todo o país foram retomadas na última terça-feira, 29, após aprovação de acordo coletivo que prevê aumento linear dos salários.


Justiça do Trabalho

1ª Vara
Permaneceram em greve de 15 de julho a 31 de agosto. Segundo a técnica judiciária Marina Thonpson, dos nove servidores, seis cruzaram os braços na época. Ela afirma também que “a princípio”, a 1ª Vara não pretende aderir às paralizações novamente, apesar da indefinição quanto ao reajuste salarial.

2ª Vara
Sete servidores da 2ª Vara aderiram à greve de 17 de junho a 7 de setembro. Apenas três servidores permaneceram em atividade para atender os 30% de efetivo exigidos em lei. De acordo com o técnico judiciário Narciso Gonçalves, os servidores estão em “estado de greve”, ou seja, se a situação não for definida, eles cruzam os braços novamente.


Justiça Eleitoral

Os cinco servidores da Justiça Eleitoral tiveram dois períodos de greve, de 26 a 29 de junho e de 28 de julho a 2 de setembro. E, segundo o órgão, não há perspectiva de nova paralização.


Justiça Federal

Segundo a oficiala de Justiça, Marisete Batista, a greve dos servidores ocorreu de 22 a 30 de junho. Além disto, o órgão realizou outras três paralizações, nos dias 10 de junho e 20 e 21 de julho. Atualmente, as atividades estão normais.


Receita Federal

Enquanto também aguardam a definição do governo federal quanto ao reajuste salarial, os servidores seguem, há dois meses, com um movimento interno relacionado à regulamentação dentro da própria carreira. Segundo a chefe da agência de Brusque da Receita Federal, Rosemari Glatz, há mobilização em todas as quintas-feiras, porém, o atendimento ao público permanece, com exceção do serviço agendado, que não ocorre.

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