João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Médicos Sem Fronteiras

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Médicos Sem Fronteiras

João José Leal

Cada vez que vejo uma notícia sobre fome, doença e desgraças mil afligindo milhões de pessoas nesse mundo ainda cheio de paradoxos e tragédias sem fim, fico sensibilizado com o trabalho dos Médicos sem Fronteiras. Numa sociedade marcada pelo egoísmo exacerbado, onde a solidariedade humana parece ave rara, esses bons samaritanos da medicina moderna deixam seus lares e famílias, suas cidades, cruzam oceanos, viajam por desertos e terras devastadas por secas, inundações e guerras fratricidas, para levar alimento e saúde a uma multidão de famintos e doentes.

Muito mais que a tão necessária assistência médica para milhares de doentes e famintos despojados de seus bens materiais, desabrigados de seus lares, perseguidos por guerra em seu próprio país, vítimas do preconceito político, da intolerância e do fanatismo religioso, os Médicos sem Fronteiras, essas almas da bondade e da paz, levam também a solidariedade que fortalece, a fraternidade que alenta e o amor que consola e faz nascer a esperança no ânimo dessa gente desesperada e sem nada na vida.

O Brasil é um país rico, com alguns milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza e, ao mesmo tempo, um dos maiores produtores e exportadores de carne e grãos. Assim, com a implementação de programas de inclusão social administrados de forma séria e eficiente, seria possível erradicar ou reduzir consideravelmente a extrema pobreza. Basta fazer a lição de casa. E a organização Médicos Sem Fronteiras tem feito a sua parte em nosso país, realizando ações de assistência médica à população carente.

No entanto, a extraordinária ação de assistência médica dessa organização ocorre, principalmente, nos países mais pobres, nos que enfrentam tragédias e calamidades naturais ou são devastados por guerras, como são os casos hoje da Ucrânia e da Faixa de Gaza. Aqui na América, temos o sério problema dos milhares de migrantes dos países centro-americanos, que chegam ao México todos os anos. Fogem da pobreza, da fome, do desemprego e da violência.

É uma triste procissão sem velas, sem dia santificado nem andor de santo, de gente sofrida e sem nada na vida, arrastando consigo somente a sombra sinistra da desgraça. É uma incerta caminhada rumo à fronteira dos Estados Unidos, em busca de um emprego que lhes garanta se livrar do drama da fome.

Não existe régua para medir a dimensão da tragédia vivenciada por essa gente que tem fome de pão e assistência médico-hospitalar. Mas, certamente, seria muito maior, mais triste, dolorosa e desumana se não fosse o admirável trabalho realizado pelos Médicos sem Fronteiras.

Além do tratamento médico para vencer a doença e a morte, levam também o alimento feito pão e o amor fraterno para amenizar a terrível tragédia humana da doença e da fome. Por tudo isso, a organização MSF merece a nossa ajuda financeira.

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