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Medidas duras, porém, prudentes

A grande maioria das Dioceses do Brasil da Igreja Católica tomou medidas duras, mas muito prudentes diante da presença e alastramento rápido do novo cornona vírus ou covid-19. Penso que foram medidas oportunas, levando em conta que, só a quatro meses foi diagnosticado o primeiro caso de infecção do novo corona vírus, na Província de […]

A grande maioria das Dioceses do Brasil da Igreja Católica tomou medidas duras, mas muito prudentes diante da presença e alastramento rápido do novo cornona vírus ou covid-19. Penso que foram medidas oportunas, levando em conta que, só a quatro meses foi diagnosticado o primeiro caso de infecção do novo corona vírus, na Província de Hubei, na China. E, nesses quatro meses, já está presente e fazendo vítimas em 145 países, além de, em muitos, esgotar a capacidade de atendimento hospitalar a contento. (Escrevo, no dia 18/03/20, quando for publicado, algo pode ter mudado).

Um exemplo lembrado por muitos do alastramento rápido e dramático é o da Itália. Com número de casos de infectados grande e também um percentual de óbitos também considerável. Entre os vários motivos elencados, sobressai o da colaboração da população e do próprio governo. O governo porque demorou a tomar medidas. Quando as tomou a grande maioria da população achou que era, apenas, “coisa de chineses”. E, de lá vieram tantos vírus e gripes: “é mais uma”.

De fato, é mais uma que vem daquelas bandas. Com um “detalhe” que tem características bastante próprias e desconhecidas. Agora se tem um pouco mais de conhecimentos a respeito. Todavia, as dúvidas são muitas ainda. Sabe-se que se alastra rapidamente e é bastante letal para certas categorias de pessoas, como idosos além de 60 anos e na medida dos números de anos mais ainda; de pessoas com doenças crônicas (diabetes, asma, hipertensão); médicos e paramédicos…

Bem, tudo isso já é sabido e repetido pela mídia. A Igreja Católica não quer e nem pode ficar alheia a tudo isso. Tem que zelar pelo seu rebanho e por toda a humanidade naquilo que é possível e, no momento oportuno, propor e também viver o que propõe. É, dentro desse princípio, que também a Arquidiocese se prontificou a fazer a sua parte, tomando as medidas que já foram divulgadas nas igrejas paroquiais e suas comunidades.

Muitos católicos ou não, certamente, acharam-nas drásticas, duras e severas demais. Outros, ao contrário, as acataram, alguns, com até ansiedade, como oportunas, prudentes e até necessárias, nesse momento. Porque as consideram como preventivas, já que o vírus ainda não se alastrou em grande escala em nossa Diocese.

A prevenção é, acredito, a melhor arma de combate nas mãos de todos para ser usada com sabedoria e responsabilidade. Vamos ser menos “cabeçudos” do que os italianos. Vamos acreditar, sem pânico nem histeria, mas com responsabilidade e maturidade pessoal e social. Lembrar-se sempre da responsabilidade social, com efeito, cada infectado normalmente contagia um número razoável de pessoas próximas ou que tiveram contato com a pessoa infectado, por algum motivo.

É o momento de exercer a responsabilidade social e comunitária do meu viver, como ser social e comunitário que sou. Mais ainda, se sou cristão e afirmo que vivo a fé. A fé exige que saia do meu egoísmo e do individualismo e me volte para o meu próximo. Não importa quem ele seja. Esse é o tema da Campanha da Fraternidade: Fraternidade e Vida – dom e compromisso. E o lema acentua justamente a responsabilidade pessoal e social do seguimento do Mestre Jesus, o Samaritano do Pai: “viu, teve compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34).

Como uma maneira de vivenciar essa Campanha da Fraternidade de 2020, nessa Quaresma, vamos acatar e viver as determinações de nossos Pastores e das nossas Autoridades Públicas constituídas. Mesmo que não concordemos com elas. O Amor ao Próximo exige tal postura humana e, evidente, cristã.