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Menos acusações e mais soluções

Não é a primeira vez e certamente não será a última que trataremos desse assunto, que volta à cena com uma frequência preocupante, o que sempre adiciona gravidade aos problemas já naturalmente graves da área da saúde. A sequência de “notas oficiais” que o episódio do atendimento daquela senhora, pelos bombeiros, na sala de espera […]

Não é a primeira vez e certamente não será a última que trataremos desse assunto, que volta à cena com uma frequência preocupante, o que sempre adiciona gravidade aos problemas já naturalmente graves da área da saúde.

A sequência de “notas oficiais” que o episódio do atendimento daquela senhora, pelos bombeiros, na sala de espera do pronto-socorro do Hospital Azambuja desencadeou, dá bem a medida da dificuldade que encontra a população para receber o atendimento que lhe é devido.

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Vamos relembrar esse “debate”: após o atendimento (ou a falta de) começar a circular nas redes sociais, por meio de um vídeo que alguém gravou e publicou no dia 21 de maio, o hospital divulgou uma nota culpando a prefeitura pela superlotação. O governo, por sua vez, respondeu responsabilizando o hospital pela má gestão.

Alguns dias depois, incomodados com as críticas ao atendimento, foi a vez dos médicos do hospital se pronunciarem, fazendo sugestões para reduzir os problemas. Levantam várias questões, como a estrutura de atendimento à saúde no município, que canaliza todas as emergências para o hospital e a falta de profissionais em algumas áreas. A nota dos médicos teve repercussão, fazendo com que tanto o hospital quanto o município voltassem a se manifestar, colocando um pouco mais de gasolina na fogueira.

Pela leitura das notas, corre-se o risco de chegar à conclusão de que todos têm culpa e ninguém tem razão

Como seria de se esperar, nem o hospital, nem a prefeitura, concordam sobre quem tem a responsabilidade pelos problemas. A “saída” que encontram, colocando a culpa no outro, pode funcionar como meio de manter o debate e exercitar a retórica, mas nos afasta do que realmente interessa, que é a solução dos problemas ou pelo menos o encaminhamento das soluções.

E junho começa com a história chegando à Câmara de Vereadores, que quer entrar na discussão e para isso aprovou a convocação do diretor do hospital, Evandro Roza, e do secretário de Saúde, Humberto Fornari, para tentar entender o que está acontecendo.

De fato, pela leitura das notas, corre-se o risco de chegar à conclusão de que todos têm culpa e ninguém tem razão. O que, para a saúde do município, é certamente o pior dos cenários. Espera-se que todos aproveitem a oportunidade para chegar a algum lugar. E que os vereadores saibam ouvir, sem caírem na tentação de subir também ao palco, que já está, tal e qual o pronto-socorro, superlotado.

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Diante do problema (e o fato mostrado no vídeo é apenas uma pequena amostra, tal e qual a ponta aparente de um iceberg submerso), a cidade espera, tanto do governo municipal quanto da direção do hospital, gestos de grandeza, de responsabilidade com a saúde pública.

Que tal encerrar a “briga” pública e sentarem-se à mesa (com ou sem a participação dos vereadores), para uma conversa que tenha, como cenário, o bem estar da população e procurem, usando todas as suas competências, capacidades e criatividade, soluções viáveis, eficazes e urgentes que comecem a reduzir o tempo de espera na emergência?

Além de melhorar a situação dos que precisam de atendimento, esse tipo de atitude nos ajudaria a acreditar um pouco mais na boa-fé dos que conduzem a saúde pública.