Mesmo com alta dos preços, valor do almoço se mantém em restaurantes de Brusque
Aumento do tomate, da cebola e da carne não altera valor dos buffets na maioria dos estabelecimentos
Aumento do tomate, da cebola e da carne não altera valor dos buffets na maioria dos estabelecimentos
Como trabalha no Centro e mora no Águas Claras, o vendedor Rubens Mafra almoça em restaurantes ao longo de toda a semana. O motivo, segundo ele, está vinculado aos gastos com a gasolina e com a própria alimentação: não valeria a pena, explica, dirigir-se até em casa e cozinhar apenas para ele – a esposa tem direito a alimentação no trabalho.
A situação do vendedor é semelhante à de centenas de brusquenses que lotam os restaurantes da cidade ao meio-dia. Por enquanto, Mafra e os demais clientes têm motivos para comemorar. Mesmo com a crise financeira que afeta praticamente todos os setores da economia nacional, o valor do almoço em grande parte dos restaurantes de Brusque não subiu.
No entanto, os proprietários afirmam que está difícil manter os estabelecimentos em pleno funcionamento sem aumentar os valores. A alta no preço de produtos essenciais para o preparo dos pratos, como o tomate e a cebola, é a principal vilã dos restaurantes. Para driblar a adversidade, os proprietários buscam alternativas como a diminuição na compra de outros produtos.
De quatro anos pra cá, o valor do quilo do buffet no Gusteau subiu de R$ 24,90 para R$ 28,90, segundo a auxiliar administrativo do restaurante, Liandra Sagin. Ano passado, o almoço chegou a custar R$ 30,90, porém, devido à reinvindicação dos clientes, o valor caiu para os R$ 28,90 atuais.
“O pessoal falava que ficava muito caro comer fora, então diminuímos”, diz. Quanto às compras semanais – por exemplo: média de três quilos de cebola por dia -, Liandra afirma que os valores são “assustadores”. “Vamos no mercado e nos assustamos, agora o tomate está mais caro. Teve época que era a cebola. Mas mesmo assim continuamos comprando a mesma quantidade porque tem muita gente que gosta. Para não deixarmos de comprar, reduzimos em outro alimento”, afirma.
A gerente do Fuzon, Larissa Fuzon, garante que o valor do buffet – R$ 27,90 o quilo e R$ 15,00 livre – não aumenta há pelo menos um ano e meio. Ainda assim, ela diz que os preços já deveriam ter aumentado em razão da alta dos produtos essenciais. Apenas não sobem para a manutenção dos clientes.
“Estou segurando um pouco porque com a crise o pessoal está mais apertado. Mas está bem difícil, quase não dá mais pra manter porque tudo aumentou no mercado. Está tudo muito caro, inclusive a carne que é um dos principais alimentos”, diz.
No Schmitt Buffet e Eventos da AABB, o buffet livre custa R$ 25,75 e o quilo custa R$ 43,90. Segundo o administrador, Rodinei Schmitt, o estabelecimento apenas reajustou o valor em abril deste ano – foram 4% de aumento.
Na contramão dos demais restaurantes, o Donna Dunna aumentou um R$ 1,00 no valor do buffet livre no dia primeiro deste mês. De acordo com a proprietária, Josiane Schilemski, o aumento está atrelado à instabilidade econômica do país.
“Tudo está aumentado, a economia está ruim. E mesmo vendendo pelo valor que estamos vendendo temos prejuízo. O preço de carne é reajustado toda semana. O tomate, a cebola e o trigo também”, lamenta. Confira no box o valor dos almoços em restaurantes do município.