Migração de alunos da rede privada para a pública é baixa em Brusque
Secretaria de Educação afirma que maior migração ocorre na Educação Infantil; particulares minimizam perdas
Secretaria de Educação afirma que maior migração ocorre na Educação Infantil; particulares minimizam perdas
Conforme a Secretaria de Educação de Brusque, apesar do momento complicado da economia brasileira, não tem se registrado, no município, grande migração de alunos da rede privada para a rede pública de ensino.
O secretário municipal de Educação, Ivanor de Mendonça, afirma que a migração é mínima nos ensinos Fundamental e Médio, mas mais acentuada na educação infantil, ou seja, as crianças em idade de creche.
“Hoje, com a qualidade que a educação tem na rede pública, é comum que, especialmente na educação infantil, e com a questão da dificuldade financeira que as famílias enfrentam, de deixar de colocar seus filhos nas redes particulares e virem para as redes públicas”, afirma o secretário.
Havia a expectativa de que, com o anúncio do encerramento das atividades do colégio Honório Miranda, no Centro, parte de sua demanda seria deslocada para a rede pública, mas isso não aconteceu. Segundo o secretário da Educação, a pasta não recebeu esses estudantes, que se mantiveram na rede privada.
No que se refere aos alunos de anos iniciais, conforme Ivanor de Mendonça, também não foi registrada migração de alunos de escolas particulares neste ano. “Não sofremos muito este impacto, vejo que é maior na educação infantil”, ressalta o secretário.
Cenário diverge do restante do país
O cenário registrado aqui diverge da média nacional de migração da rede particular para a pública, conforme pesquisas divulgadas em fevereiro deste ano pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep).
As estimativas desta entidade é de que, em 2016, as instituições privadas de ensino perderam entre 10% a 12% das matrículas, sobretudo por causa da crise financeira.
Segundo a Fenep, foi identificada a saída de estudantes de escolas privadas, principalmente de famílias das classes C e D – parcela da população que teve ganho de poder aquisitivo antes da crise e agora sente mais os efeitos da desaceleração econômica.
Particulares minimizam perda de alunos
Mesmo na educação infantil de Brusque, apontada pela Secretaria de Educação como o maior alvo de migração da rede privada, o cenário não é visto como motivo de preocupação.
Na creche do Sesc, por exemplo, conforme informou a coordenação, todas as vagas estão preenchidas, e não há registros de evasão para a rede pública neste ano.
Ana Gevaerd, diretora do Centro de Educação Infantil (CEI) dos Comerciários, afirma que todo ano há alunos deixando a rede privada para estudar na rede pública, mas garante que o número é baixo, e que neste ano não saiu da normalidade.
Conforme a diretora, houve uma perda maior de alunos por causa de um aumento substancial no número de empresas que fecharam no município e, já que se trata de um espaço destinado aos comerciantes, houve impacto no número de matrículas.
Ela relata, por exemplo, que fecharam algumas lojas nos shoppings atacadistas, e que alguns dos pais dos alunos do CEI, que trabalhavam nessas lojas, foram transferidos, reduzindo a demanda da creche. “A questão de sair da nossa escola para a rede municipal foi a quantidade normal de todo ano, até porque já temos um valor mais acessível”, explica.
No Sesi Escola, outra instituição que oferta educação infantil na rede privada, também não foi registrada migração além do normal de todo ano.
A supervisora de educação infantil, Débora Benvenutti, afirma que a instituição tem seu público mais focado em filhos dos trabalhadores da indústria, que pagam valores mais acessíveis. “Então acaba sendo privado mas não 100%”, diz Débora. “Temos poucas evasões de um ano para o outro”, conclui.