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Minha Casa Minha Vida financiou R$ 300 milhões em imóveis em Brusque

Valor máximo do imóvel deverá cair de R$ 145 mil para R$ 130 mil, o que preocupa o mercado imobiliário

Desde quando foi lançado, em 2009, o programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, já financiou, mais de R$ 300 milhões em imóveis em Brusque, nas três faixas do programa. Os números foram apresentados na semana passada por representantes da Caixa Econômica Federal (CEF), durante reunião na Comissão de Serviços Públicos da Câmara de Vereadores.

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Até o momento, conforme os dados informados pela Caixa, foram entregues 3.233 das 3.530 unidades que foram contratadas. Ao todo, os financiamentos contratados somam R$ 309,6 milhões. A maior parte das contratações se deu na faixa 2,  destinada a famílias com renda mensal bruta de até R$ 3.275.

Nesse caso, pouco mais de 2 mil contratações foram feitas nessa modalidade. Segundo Sérgio Osvaldo Riedel, gerente regional da Superintendência da Caixa Econômica Federal, todas as unidades contratadas em Brusque estão prontas, apesar de algumas ainda não terem sido entregues aos proprietários.

Os dados apresentados pela Caixa revelam, ainda, que a faixa 3 do programa, destinada a famílias com renda mensal bruta acima de R$ 3.275 até R$ 5 mil, teve cerca de 800 contratações em Brusque. Dessa forma, a primeira faixa do programa, destinada às famílias com a menor renda (até R$ 1,6 mil) é que apresentou menos contratações: foram pouco mais de 650, em oito anos de vigência do programa.


Mudança no valor dos imóveis

A reunião na comissão foi agendada para questionar a Caixa Econômica a respeito da diminuição do valor teto do imóvel, para financiamento pelo programa. Atualmente, no município, o limite de valor do imóvel a ser financiado pelo programa é de R$ 145 mil.

No entanto, conforme as novas diretrizes adotadas pelo governo, esse valor cairá para R$ 130 mil em Brusque, a partir de 2 de janeiro de 2017. A discussão foi trazida ao Legislativo pelo vereador Jean Pirola (PP), o qual informou ter sido procurado por construtores do município, os quais estão insatisfeitos com o atual limite de valor do imóvel, mais ainda com o que será implantado a partir do próximo ano.

A reclamação é quanto aos critérios confusos utilizados pelo governo para definição de limites: em Nova Trento, por exemplo, o limite é de R$ 160 mil, pelo fato do município fazer parte da chamada área de expansão da região metropolitana de Florianópolis.

Riedel explicou, por sua vez, que a Caixa não tem gerência sobre esses critérios, muito menos poder para estabelecer um teto de valor financiável. Ele diz que cabe ao banco público apenas fazer a análise de crédito e autorizar ou não a contratação.


Possibilidade de elevação do teto

Horst Heinig, representante do Núcleo de Imobiliárias da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), disse que ainda tem expectativas de que o governo reveja a posição de reduzir o valor do imóvel para financiamento.

Há um grupo de construtores em tratativas em Brasília, junto ao governo, que recebeu sinalização positiva para que possa ser mantido o valor de R$ 145, ou até mesmo expandido para R$ 160 mil.

Os representantes da Caixa informaram ter conhecimento destas tratativas, que estão sendo encabeçadas pelo Sindicato das Construtoras (Sinduscon) de Itajaí. Apesar de nenhuma definição oficial ter sido anunciada pelo governo, reconhecem que o aumento do limite de valor dos imóveis poderá ser elevado.

Construtores presentes à reunião disseram que, mantida a regra estipulada pelo governo, negócios imobiliários serão inviabilizados em Brusque, porque não há como construir um imóvel para ser vendido pelo valor máximo de R$ 130 mil, no município.