Ministério da Educação usará IDHM para ofertar vagas do Fies
MEC dará prioridade para municípios mais vulneráveis, medida afetará diretamente Brusque e a região Sul do Brasil
O Ministério da Educação (MEC) publicou no Diário Oficial da União de 14 de dezembro que utilizará o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) como critério para a distribuição de recursos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A medida afetará diretamente a oferta do Fies em Brusque e na região Sul do Brasil.
A intenção do governo federal é oportunizar o acesso ao Ensino Superior nas cidades mais carentes do país. O MEC já dava prioridade para os municípios pobres, mas daqui em diante o IDHM é que guiará esta escolha. Segundo o ministério, o índice é uma maneira mais completa de apurar quais localidades têm mais necessidade de acesso à Educação.
O IDHM é um indicador desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Ele leva em conta fatores como a qualidade de vida, longevidade e nível de escolaridade. O último levantamento foi realizado em 2010, no qual Brusque teve o 56º maior índice do Brasil.
Segundo o Ministério da Educação, 70% das vagas serão disponibilizadas para cursos considerados prioritários pelo governo, que são os da Saúde, das Engenharias e de formação de professores. A distribuição também respeitará a nota dos cursos no MEC e o IDHM dos municípios, com preferência para os piores colocados.
A inclusão do IDHM dificultará ainda mais o acesso ao financiamento porque a cidade e a região possuem uma qualidade de vida bastante alta na avaliação dos representantes de duas instituições de Ensino Superior de Brusque que usam o Fies. “As regiões mais beneficiadas são Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Com certeza, vai afetar Brusque e os nossos alunos”, afirma a diretora da Assevim/Uniassel, Graziele Beiler.
Ela opina que obter o financiamento estudantil será ainda mais difícil causa da crise financeira. Por isso, a Uniasselvi abriu uma linha de financiamento próprio já neste ano como forma de facilitar o acesso à Educação Superior.
Günther Lother Pertschy, reitor da Unifebe, também afirma que as vagas ficarão mais complicadas de serem acessadas. “Realmente, a introdução de mais esta questão vai afetar a região Sul, onde estão os melhores índices”, diz. Ele pondera que a medida visa a inclusão de regiões mais vulneráveis, mas que o impacto nas outros será ruim.
Além do IDHM, há outros critérios estabelecidos pelo MEC já anteriormente. As vagas que não forem preenchidas pelo índice deverão ser redistribuídas seguindo a ordem de maior nota no ministério e, por fim, serão direcionadas aos mais concorridos na instituição, mesmo não sendo áreas prioritárias.
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