Moldes, linhas e agulha: a história de Maria Élia
Do sonho de menina à profissão de uma vida inteira
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– O sonho da minha vida era ser costureira.
Assim dona Maria Élia Minatti, 59 anos, começou a contar sua história. E eu, filha de costureira, nunca pensei que fosse achar tão bonito alguém dizer isso. Logo eu, que mesmo vendo a máquina de costura em casa todos os dias, nunca me interessei por aprender a dar um ponto, acabei virando repórter. Alguém que vive para ouvir histórias, depois juntar tudo e costurar em forma de texto.
Mas a história de dona Élia tem muito mais do que a beleza de quem foi lutar pelo seu sonho. Quando criança, ela fez do sonho brincadeira, costurando roupas para a boneca. Aos 16 anos, entrou no curso de corte e costura. Mas a primeira máquina, só veio aos 18, depois de trabalhar na indústria do fumo e economizar durante um ano inteiro.
Da Souza Cruz, foi trabalhar em Blumenau, na indústria de confecção que começava a dar seus primeiros passos. E vieram outras oportunidades: Loom, Krieger, Colcci, Mini Moni… E dona Élia foi vivendo um período de transição de costumes, do qual nem ela tinha se dado conta: da costura sob medida até o comércio de pronta-entrega que fez de Brusque referência nacional nos anos 1980 e 1990.
Dona Élia, não se contentou com a costura: foi mais longe e aprendeu a fazer os moldes.
– Eu sempre falo, que toda modelista deveria saber costurar. Porque se souber costurar, é muito mais fácil.
Ela detesta que digam isso, mas é considerada uma das melhores modelistas da cidade. Procurada para consultorias e aulas. E não se furta a explicar e dividir com os outros o que aprendeu em cursos, ou sozinha, errando, quebrando a cabeça quando não havia quem soubesse para perguntar.
Enfim, dona Élia é dessas pessoas raras, que lutou muito pelo seu sonho e nos faz acreditar que sim, os sonhos de infância se realizam: pela vontade e pelo gosto pelo que se faz.
** Confira entrevista completa na edição impressa do Jornal Município Dia a Dia amanhã, 22 de fevereiro.