X
X

Buscar

Momento Histórico Pós-Moderno (2)

Na semana passada terminava meu artigo com esse mesmo título, afirmando que o ser humano pós-moderno herdou muitas consequências da Modernidade. Consequências que afetaram toda a sua existência pessoal, familiar, educacional, social, econômica, política e religiosa. Em outras palavras, atingiram todas as instituições socioculturais, onde está inserida sua existência humana concreta, alterando-lhe, consideravelmente seus padrões […]

Na semana passada terminava meu artigo com esse mesmo título, afirmando que o ser humano pós-moderno herdou muitas consequências da Modernidade. Consequências que afetaram toda a sua existência pessoal, familiar, educacional, social, econômica, política e religiosa. Em outras palavras, atingiram todas as instituições socioculturais, onde está inserida sua existência humana concreta, alterando-lhe, consideravelmente seus padrões socioculturais de comportamento.

Portanto, a Modernidade conseguiu converter a muitos, fazendo-os crer que o ser humano é o agente construtor de si e de sua História. Para tanto, basta aprender a servir-se de sua razão (saber-conhecimento) e da experiência (Ciência e Técnica). Estas duas vertentes vão criar as condições para o otimismo no progresso indefinido do gênero humano (Iluminismo-Positivismo). A Ciência e a Técnica que resolverão todos os problemas futuros da Humanidade.

Todavia, o final do século XIX e, sobretudo, a primeira metade do século XX, com os acontecimentos trágicos e dramáticos, vividos pelo ser humano, em várias partes do mundo, principalmente, na Europa, berço da Modernidade, desmentiu de maneira contundente o otimismo no progresso indefinido do gênero humano. Nasce o Momento Pós-Moderno com um ser humano, muito diverso o ser humano moderno: o pós-moderno.

Entre as várias ansiedades que o ser humano pós-moderno se sente acometido, neste ambiente sociocultural, destaco, hoje, apenas, uma: a ansiedade patológica da vacuidade. Vacuidade: os dicionários nos ensinam que, no sentido que consideramos aqui, quer dizer “vazio moral ou intelectual, vaziez de espírito, sensação de ausência de valor, de sentido em si ou fora de si”. Sem dúvida, esta significação traduz o estilo de vida de boa parte das pessoas que procuram profissionais, como psicólogos, psiquiatras, médicos e, também, a orientação de sacerdotes católicos e pastores.

Este estilo de vida que gera esta vacuidade, dependendo como é administrado, gera depressão, com frequência tédio existencial, chegando ao extremo, o suicídio. Que alternativas a vida pós-moderna lhe oferece para superar este vazio existencial? As ofertas mais frequentes para recuperar a autoestima são a ostentação e a certeza. Isto é, parecer ser é mais importante que ser.

Neste particular, auxilia grandissimamente o ter e o ter sempre mais para competir e ostentar. Por outro lado, não perguntar muito, obedecer cegamente, entregar-se sem questionamentos à verdade do outro. Este outro pode ser o mercado, a religião, o partido político, o governo ou sua propaganda oficial… Na verdade, este caminho oferece a vida rasa, sem profundidade, na superfície, recheada de novidades, fuga de compromissos sérios que empenham a vida.

Basta seguir adiante, curtindo a vida, servindo-se do imediato, do efêmero, do supérfluo, do provisório, sem empenho algum. Saborear o momento presente, amanhã não sei. Apegar-se ao presente, o futuro é incerto. Viver o momento.