Vitor Souza/O Município
Monitoramento de obras, falta de agentes e estrutura comprometem atuação da GTB em Brusque
População questiona com frequência a ausência dos guardas no controle do tráfego
O novo secretário de Trânsito de Brusque, Emerson Luiz Andrade, fez um balanço sobre a atual estrutura da Guarda de Trânsito de Brusque (GTB) e avaliou questões como o número do efetivo da região, estrutura interna e como funciona a distribuição dos agentes nas ruas.
O novo comandante da pasta foi nomeado no dia 14 de fevereiro após a realização de um processo seletivo para chefiar a secretaria.
Conforme Emerson, a Guarda de Trânsito de Brusque possui hoje 23 agentes, um desses profissionais está afastado devido problemas de saúde, sendo assim, o efetivo atual é de 22 guardas. “Há a possibilidade ainda de alguns deixarem a guarda porque passaram em outros concursos e estão aguardando serem chamados. Então estão também analisando se vão sair ou ficar”.
Na distribuição de agentes, há dois supervisores que atuam de forma externa, ou seja, na rua, e um agente fixo na central para o atendimento das chamadas via número de telefone 153. Os 22 profissionais são divididos em dois turnos, em uma escala de 12×36. “Eles iniciam o trabalho às 7h e vão até as 19 horas, em torno de 12 horas. Então a metade do efetivo trabalha em um dia, a outra metade trabalha no outro dia”, diz o secretário.
“E isso, sem contar que nós temos os servidores que já têm direito à licença-prêmio ou férias, né. Então o diretor da guarda, ele sempre vai equacionar para que não tenha dois agentes de férias, devido ao baixo número de guardas no município”.
Acionamentos
Andrade explica que o papel da Guarda de Trânsito é atuar em prol da mobilidade da cidade e da fluidez do trânsito. “Então eles sempre são acionados ou escalados em pontos estratégicos da cidade, nos pontos de maior conflito, as rondas, há as escalas dos horários de entrada e saída de escolas.
Mas ressalta que com o efetivo atual, não é possível dar conta de todas as escolas. “Mas esse é o papel, esse é o ideal da Guarda, atender os pontos de conflito, fazer com que o trânsito flua, trabalhar na ronda escolar. E, fundamentalmente, os acidentes de trânsito. Então todo sinistro sem vítima é a Guarda Municipal que faz o atendimento, dentro desse horário das 7h às 19h”.
Nas rodas de conversa da população, uma frase que se ouve com frequência é: onde está a GTB? Por que não tem guardas nos locais de pico? De acordo com o secretário, o efetivo está abaixo do ideal, assim como a estrutura de veículos disponíveis, mas há outro fator que também atrapalha.
Uma demanda que atualmente exige deslocar guardas de trânsito são as obras públicas. Ele cita como exemplo a obra de macrodrenagem da avenida Primeiro de Maio e a reforma da ponte do Maluche, recém liberada.
“A prioridade da guarda, hoje, está em garantir a segurança nos locais de obra. E, infelizmente, os acidentes de trânsito não estão sendo atendidos. Como são acidentes com danos materiais, está sendo orientado, que seja feito o registro fotográfico e realizado o boletim on-line junto à delegacia virtual”.
Ele ressalta, porém, que isso não deveria ser prioridade dos agentes. “As licitações, as contratações das empresas já têm que prever essa sinalização no entorno para que a guarda fique exclusivamente no trânsito”. afirma o secretário.
Conforme a pasta, os principais chamados que as equipes recebem envolvem acidentes de trânsito e estacionamentos irregulares. Um dos agentes também relata que há diversos casos de pais de alunos que acionam os guardas para prestar apoio em unidades escolares.
Estrutura material
A Guarda de Trânsito de Brusque conta com 11 veículos em sua sede. Conforme o secretário, há sete motos, três carros Spin e um Celta, mas hoje, está disponível para uso apenas uma Spin, o Celta e as motocicletas.
Emerson menciona que essa quantidade é aceitável devido ao número de agentes por turno. Mas o problema real se encontra no estado dos veículos, que já precisam de manutenção constante.
Em breve a GTB deve ter essa frota renovada. Uma licitação para essa renovação já foi finalizada, a secretaria aguarda apenas a entrega dos novos veículos. São esperadas cinco viaturas novas. O secretário acredita que os automóveis devem ser entregues em até dois meses. O mesmo se espera de uma nova leva de fardas para os agentes.
Em relação aos equipamentos da central de atendimento e demais materiais como computadores e outros utilizados no dia a dia, Emerson diz que não há necessidade de troca e que novos equipamentos já estão chegando para melhorar a qualidade dos serviços.
“Nossa central do 153 será realocada em uma parte nova do mesmo prédio, estamos apenas esperando algumas partes de infraestrutura [ficarem prontas]”, diz. E completa que há uma central de monitoramento que vai atender as câmeras que já estão ligadas no município, como também devem chegar mais de 600 câmeras de vigilância”.
Essas novas câmeras fazem parte de um planejamento de Cidades Mais Inteligentes. O intuito é implantar uma central de monitoramento com alguns telões para facilitar a observação e identificação de demandas no município.
Emerson ressalta que o papel da população também é importante para o bom funcionamento dos trabalhos da Guarda de Trânsito e dá exemplos.
“Ó, passei em tal lugar, o semáforo não está funcionando, ou está desligado, ou está no intermitente, então a pessoa liga para o 153 e aí a central vai verificar qual é a guarnição que está mais próxima, ou o próprio supervisor se desloca até o local para fazer o conserto ou reparação do equipamento”, afirma.
Material humano ideal
Questionado sobre qual seria o número ideal de agentes necessários em Brusque, o secretário respondeu que um número razoável seria de, pelo menos, 30 profissionais para que pudesse ser feito o “mínimo possível” na cidade. Como em breve o município passará por uma reforma no saneamento básico, a alta demanda de trabalhos com obras já está no cronograma da GTB.
“Não adianta a gente também trazer muitos agentes, daqui a pouco tem um número de 100, e a cidade acaba não comportando, ou daqui a pouco surgem as obras. Mas a gente sempre pensa em mais – ter mais agentes – para poder servir bem e não ficar sempre tampando com cobertor curto”.
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