Morador do Limoeiro conta como resgatou desaparecido que consumiu água da chuva e capim por dias
De acordo com a família, Valério estava desaparecido desde o dia 14 de setembro
O jornal O Município entrou em contato com o homem que fez o resgate de Valério, homem de 60 anos que estava desaparecido desde o dia 14 de setembro encontrado nesta segunda-feira, 25. Valério disse que sobreviveu os dias desaparecido alimentando-se de capim e da água da chuva.
O morador do bairro Limoeiro, Gabriel Jesús Díaz Guaregua, de 23 anos, conta que encontrou Valério através de seu cachorro.
Ele foi até o local para fumar, acompanhado do cão. Após o pet entrar em trecho do mato, passou a latir. “Quando cheguei perto, vi ele dentro do rio”, conta.
Local
O rio em questão se trata do rio Itajaí-Mirim, que passa por trás da casa de Gabriel. Segundo o autor do resgate, o rio fica localizado mais à frente do espaço apresentado na imagem.
A foto mostra também o cachorro de Gabriel, que conseguiu identificar Valério. O dono conta que no momento estava no mesmo local onde o cão está na imagem e que o animal estava próximo da vegetação. Desta forma, encontrou o desaparecido.
Saída do rio
Para deixar o rio, Gabriel diz que Valério conseguiu chegar até uma parte mais baixa, onde havia uma estrutura de ferro. Ele então conseguiu subir nessa estrutura e dar a volta no espaço. “Cara, quando peguei ele, ele não podia nem falar, só me pedia água, mais nada. Não conseguia nem caminhar”.
Porém, de acordo com o morador, o entorno estava repleto de vegetação alta, assim apenas seu cachorro conseguiu enxergar Valério.
O Gabriel diz ainda que após resgatá-lo o levou para sua casa e lhe deu comida. “Estava muito machucado o rapaz, ele falou que estava perdido”, ressalta.
“Ele disse que não sabia o que havia acontecido, que estava caminhando para comprar remédios”
Para Gabriel, Valério disse que mora no bairro Santa Terezinha e que teria parado no Limoeiro após ser levado pelo cunhado até uma empresa. Segundo a filha, a ida de Valério ao local era para que ele pudesse conversar com o encarregado da empresa, para tentar voltar a trabalhar no local.
A partir disso, Valério teria dito ao morador que não se lembrava mais do que houve posteriormente.
Imagens de câmeras de segurança mostram Valério deixando empresa por um momento. Confira:
De acordo a filha de Valério, ele teria ainda voltado até a empresa para pedir que alguém o levasse até o sítio de um amigo, porém, a pessoa que falou com ele não sabia onde ficava o local e disse que não poderia levá-lo.
Gabriel disse a Valério que estava ele estava perímetro limite entre Brusque e Itajaí.
Alimentação
Sobre a alimentação de Valério, ele contou ao autor do resgate que, por dias, não teria comido nem bebido nada. “Ele falou que para poder sobreviver, teve de pegar água do rio. Era uma água porca”, conta. Ainda menciona que no local onde Valério estava não havia nada para comer, nem frutas, apenas a água.
“Quando eu ouvi ele falando isso, entristeceu meu coração”
Após se alimentar, Valério voltou a falar, e aos poucos foi explicando a situação para Gabriel e o porque não saiu antes do rio. “Ele falou que se via morto, que queria sair do rio, mas que não podia. Ele falou assim: eu não podia sair dali”, diz o autor do resgate.
Sem motivo
O morador ressalta que Valério não soube responder ao certo como parou no rio, mas que teria saído com o cunhado para comprar remédios.
Ao final, Gabriel destacou a importância de ajudar e se sentiu feliz de ter conseguido resgatar Valério. “Eu gosto de ajudar as pessoas, pois a gente nunca sabe o dia de amanhã, o que pode acontecer conosco”, ressaltou.
Posteriormente, um parente de Valério o buscou e, ao chegar em casa foi encaminhado para um hospital, devido ferimentos que sofreu durante todo o período vivido.
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