Morador reclama de descarte de material de campanha eleitoral em frente à sua casa
Ele informa que cinco caixas de santinhos foram deixados no portão; PT desconhece a situação
Ele informa que cinco caixas de santinhos foram deixados no portão; PT desconhece a situação
O empresário Ciro Crispim, morador do bairro Bateas, foi surpreendido no começo da noite de sábado, quando, ao chegar em casa, notou que haviam sido depositadas cinco caixas de material de campanha do Partido dos Trabalhadores (PT), em frente ao portão de acesso à sua residência. O PT desconhece a situação e avalia que pode se tratar de um ato de má-fé contra o partido.
Crispim, que mora na rua Edgar Von Buettner, diz que recolheu o material no domingo pela manhã, em carrinhos de mão, porque as caixas estavam abertas, e os santinhos haviam se espalhado pelo local. Ele classificou o ato como “um absurdo completo com o dinheiro público e o meio ambiente”.
Ele afirma que ninguém na vizinhança tem nenhuma pista sobre quem pode ter depositado o material lá. A coordenação do PT municipal também desconhece a motivação ou quem foi o responsável pelo descarte. O vereador Felipe Belotto, presidente da sigla em Brusque, diz que não faz parte da política do partido esse tipo de atitude.
“Temos parceria com grupos de coletores de material para reciclagem. Inclusive na quinta-feira estava sendo levado o material para a cooperativa”, diz, “não teríamos motivo nenhum para fazer isso; alguém pode ter levado pra casa, não temos como ter controle disso”.
O coordenador da campanha do partido em Brusque, Cedenir Simon, também lamentou o ocorrido. Ele afirma, no entanto, que não há como saber se o descarte partiu realmente de alguém ligado à campanha. Para ele, aliás, o contrário é mais provável.
“Vai saber se não foi alguém que está usando isso para criar um fato contra nós. Todo o material que sobrou foi recolhido e dado destinação. Ou houve má-fé de alguém contra nós, ou má-fé da pessoa que estava responsável por distribuir o material. De qualquer maneira, somos vítimas duplamente”, afirma Simon.
Lei não proíbe
Segundo o chefe do cartório da 86ª Zona Eleitoral de Brusque, Guilherme Benedet, a lei eleitoral não prevê sanção ou punição para este tipo de descarte de material. A única regra prevista é que placas devem ser recolhidas em até 30 dias depois do pleito.
No mesmo sentido, ele afirma que não houve adesão dos partidos à Campanha “Quero minha cidade limpa”, do TRE-SC. A campanha da Justiça Eleitoral sugeriu aos partidos que devolvessem, na véspera da eleição, todo o material de campanha que não tivesse sido utilizado, já que, no dia da eleição, seu uso é vedado.
Em Brusque, conforme o chefe do cartório, apenas o candidato a deputado estadual Arno de Souza (PSC) compareceu para devolver material. No total, de todas as siglas, somente duas caixas de material chegaram à Justiça Eleitoral, número considerado abaixo do esperado.