Moradora fixa cartazes contra envenenamento de animais
Sandra Stedile colocou cerca de 15 folhas em postes de quatro ruas após perder seus pets
Sandra Stedile colocou cerca de 15 folhas em postes de quatro ruas após perder seus pets
Depois de perder dois gatos em um período de 12 dias devido a envenenamentos, a moradora do bairro Azambuja, Sandra Regina Stedile, de 36 anos, resolveu agir. No dia posterior à morte do segundo animal, ela colocou cerca de 15 cartazes em postes das ruas Padre Lux, Ernesto Appel, Guilherme Ristow e Alvin Batistoti. A ideia era alertar os moradores e o responsável pelo ato.
No dia 7 de março, o primeiro animal – uma gata chamada Luna – foi encontrado morto no terreno de vizinhos. Dez dias depois, a moradora encontrou o outro gato – chamado Pimpão – agindo de maneira estranha no terreno de casa. “Ele corria, se esperneava e estava com os olhos arregalados. Aparentava estar sofrendo muito”, conta. O animal foi levado ao veterinário e morreu horas depois.
“O veterinário constatou que era culpa de veneno. Algo muito forte, tipo estricnina. Na hora eu entrei em desespero, porque eu tinha os dois gatos desde que vim morar aqui, há oito anos. Fiquei com muita raiva também e fui na delegacia fazer um Boletim de Ocorrência, mas como eu não sabia quem era o responsável não adiantou, então resolvi colocar os cartazes na rua”, diz.
Enquanto fixava as folhas, ela conta que alguns vizinhos elogiavam a ação e outros apenas acompanhavam. Os cartazes, segundo Sandra, servem para alertar os outros moradores e também para mostrar ao responsável pelo ato que a comunidade está ciente dos envenenamentos.
“Fiz o que estava ao meu alcance. Eles já morreram, não têm como voltar, mas posso alertar os outros moradores para que tomem cuidado. Perder um animalzinho de estimação não dói só em mim, há muitas pessoas que também se importam. E o triste, em mortes por envenenamento, é saber que o animal sofreu muito antes de morrer. É uma covardia”, afirma.
Mesmo antes de ver os cartazes fixados por Sandra, Marize de Souza, outra moradora do bairro, já agia com cautela. Antes de sair de casa e antes de dormir, ela prende seus quatro cachorros no canil. O motivo, de acordo com Marize, é a quantidade de envenenamentos registrados no bairro.
“Esses casos não foram os primeiros. É muito comum por aqui, principalmente porque há muitos animais soltos. Os meus ficam presos no terreno, mas mesmo assim eu tenho medo que alguém toque veneno pra dentro, então eu sempre prendo eles no canil quando saio de casa e à noite”, conta.
É crime
A Lei 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais) prevê multa e detenção a quem praticar ato de abuso e maus tratos – envenenar, abandonar, espancar, mutilar etc – animais silvestres, domésticos, nativos ou exóticos.