Moradoras de Guabiruba percorrem de bicicleta Caminho da Fé, em Aparecida
Betti e Geovana fizeram o trajeto de 300 quilômetros em seis dias
Betti e Geovana fizeram o trajeto de 300 quilômetros em seis dias
A vontade de agradecer pela vida e a busca pelo autoconhecimento levaram Elisabet Kohler Zimmermann, a Betti, 39 anos, e Geovana Aparecida Campos Martins, 25, a realizar o Caminho da Fé, que termina no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. As duas se conheceram há alguns anos e a bicicleta as aproximou ainda mais.
Betti conta que se apaixonou pelo Caminho da Fé e acompanhava as peregrinações em fotos, de longe. Em busca de uma experiência física e espiritualmente enriquecedora, ela resolveu peregrinar junto com a amiga.
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“O que me motivou a ir pedalando até Aparecida foi ter me apaixonado pelo Caminho da Fé. Há algum tempo estava acompanhando por fotos de peregrinações, e eu quis fazer também, queria sentir a fé, queria um desafio, conhecimento de mim mesma, praticar o desapego e sentir e viver o caminho da fé”.
Geovana nunca havia feito um trajeto tão longo, com pedaladas consecutivas. No entanto, o desafio só a motivou ainda mais.
“A motivação foi a minha devoção por Nossa Senhora Aparecida, uma forma de agradecer pela minha vida e família. E como é um trajeto difícil, é uma experiência também para se conhecer como pessoa, um aprendizado”, comenta Geovana.
Trajeto
Foram 322 quilômetros percorridos em seis dias. A partida ocorreu no dia 12 de julho, às 19h, na rodoviária de Brusque.
Betti e Geovana levaram suas bicicletas embaladas dentro do ônibus com destino a São Paulo (SP). A dupla desembarcou na rodoviária do Tietê às 6h do dia seguinte, um sábado.
De lá, pegaram outro ônibus até o município de Águas da Prata, um dos pontos de partida do Caminho da Fé. A cidade é conhecida como “Rainha das Águas” e foi lá onde nasceu a peregrinação.
O Caminho da Fé foi inspirado no milenar Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. É organizado e conta com todo o apoio, por isso Betti e Geovana foram direto para a Pousada do Peregrino, onde receberam credenciais.
As duas aproveitaram o restante do sábado para conhecer Águas da Prata. Foi no domingo, 14, às 7h, após um café da manhã reforçado, que Betti e Geovana começaram a peregrinação.
“Levamos em nossa bicicleta alforges com roupa, comida e água. Sempre somente o necessário”, explica Betti.
As amigas pararam algumas vezes ao longo do trajeto. “O visual era encantador e estávamos também para descansar, conversar com outros peregrinos e ouvir suas histórias. Parávamos para conversar com moradores locais, que sempre tinham muito a contar, e para rezar”.
Geovana conta que o trajeto é difícil. Além de ser longo, são muitos morros e tem a altitude, que complica ainda mais. Entretanto, elas não desistiram.
“O que mais me marcou foi o companheirismo no trajeto, tudo que você precisa te dão”, comenta a peregrina e ciclista.
Foram seis dias de pedalada e muito aprendizado. O trajeto é estruturado e conta com pontos de apoio aos peregrinos.
Betti e Geovana pararam nesses pontos para descansar e também para carimbar suas credenciais. Ao final, o peregrino que tem todos ganha um certificado.
O trajeto de mais de 300 km percorre parte do estado de São Paulo e parte de Minas Gerais. É um percurso que exige fisicamente, mas as amigas de Guabiruba não titubearam e foram fortes até o fim e não tiveram nenhum percalço nem sequer um pneu furado.
Chegada
Às 13h30 do sábado, 20, Betti e Geovana chegaram ao Santuário, em Aparecida. A chegada foi cheia de emoção e lágrimas.
“Quando vê a basílica, a emoção toma conta”, revela Geovana. Ela recomenda quem tem vontade que faça o trajeto, pois é recompensador.
As duas ficaram em Aparecida até a noite de domingo, 21, quando pegaram o ônibus de volta para Santa Catarina.
Betti e Geovana tatuaram em seus braços uma imagem de Nossa Senhora para lembrar da peregrinação.
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