Moradores do bairro Santa Rita sofrem com alagamentos há anos
Casos são mais recorrentes nas ruas Vitor Meireles, Pomerode, Antônio Weber e entorno
Casos são mais recorrentes nas ruas Vitor Meireles, Pomerode, Antônio Weber e entorno
A rua Vitor Meireles, no bairro Santa Rita, mescla características do seu passado, como a pavimentação de paralelepípedos, com prédios residenciais modernos. A tranquilidade dos moradores é quebrada com os alagamentos durante os dias de chuva torrencial.
Entre a comunidade, reclamações são recorrentes. O problema também afeta as ruas Pomerode, Camboriú e Antônio Weber, todas no entorno.
O problema de escoamento, de acordo com o representante da associação de moradores, Jorci da Silva, se agravou nos últimos 10 anos, muito influenciado pelo crescimento do bairro. “A tubulação não comporta mais”.
Na busca por uma alternativa à situação, os contatos com a prefeitura são constantes. O assunto foi tratado por diferentes governos, mas sem uma solução. A última reunião para tratar o tema foi há cerca de três meses.
Crescimento intensificou problema
O temor de que a situação piore faz com que boa parte dos moradores rejeitem a pavimentação das ruas com asfalto. Antes de qualquer projeto, eles querem que a tubulação seja ampliada.
Quando foram consultados, temiam que o asfalto dificultasse ainda mais a revisão da estrutura de escoamento, além de agravar o excesso de velocidade.
Mário Amorim, 70 anos, sempre morou nas proximidades da rua. Em uma casa de dois pisos, se diz preparado para a situação, apesar dos transtornos gerados. Normalmente, a cada chuva, a água cobre parte da rua e invade o pátio da família. Segundo ele, não é preciso um volume intenso de chuva para os alagamentos começarem.
Ele atribui o problema ao crescimento populacional, intensificado desde o fim dos anos 80, além de aterros e mudanças feitas no rio ao longo dos anos. Desde 2011, quando uma enchente afetou toda a área, ele mudou para o ponto mais alto do imóvel. “Na época, os bombeiros passaram de bote por cima do portão”, recorda.
Ele reconhece a possibilidade de ter outros pontos na cidade com situação mais grave que a vivida pelos moradores, mas afirma ter esperança em uma solução. Amorim acredita que uma substituição da tubulação, instalada, segundo ele, há cerca de 50 anos, e a construção de mais bocas de lobo poderiam amenizar o problema.
Medido em degraus
A poucos metros da casa de Amorim fica o bar de Bertino Duarte, 84. O estabelecimento é ponto de encontro de grupos de amigos do bairro e é afetado constantemente por alagamentos. Sem conseguir acessar o ponto de carro ou caminhando, muitos dos clientes deixam de frequentar o local.
O próprio acesso dele fica prejudicado. A água, indica, chega a alcançar o segundo dos cinco degraus que dão acesso ao prédio. Mesmo com a existência de bueiros, a estrutura é considerada defasada por ele. “Qualquer chuva maior, já enche tudo”.
Segundo ele, os acúmulos de água na rua sempre foram comuns, devido à geografia do local, mas não ocorriam com a frequência atual. Além da defasagem de infraestrutura, indica a falta de conscientização como um agravante do caso. De acordo com ele, boa parte dos bueiros existente estão entupidos.
O que diz a prefeitura
Os problemas de drenagem na rua, no entanto, ainda devem perdurar por algum tempo. Consultado sobre o assunto, o diretor-geral da Secretaria de Obras de Brusque, Nik Imhof, afirma que a realização de obras no local não é planejada em curto prazo.
“Não está no cronograma para fazer a curto prazo, já temos um projeto, uma concepção de drenagem para aquela rua, só que ainda temos outras prioridades na frente”, diz.
De acordo com ele, a intenção da prefeitura é refazer toda a estrutura de drenagem da Vitor Meirelles, mas há outros locais que estão na fila de espera pelo mesmo serviço, o que torna impossível informar quando o serviço poderá ser executado.
Já o diretor da Defesa Civil de Brusque, Carlos Alexandre Reis, diz que não há chamados para vistorias no bairro Santa Rita neste ano. No entanto, em outros pontos da cidade, o número cresceu em 2018.
Até o momento, 270 visitas foram feitas pelo órgão para verificar áreas com propensão ou suspeitas de possíveis deslisamentos de terra ou enxurradas. No ano passado inteiro, foram registradas 545 saídas a campo para atender casos do tipo.
De acordo com ele, ações simples, como a redução do acúmulo de sujeira nas ruas, podem contribuir para evitar pontos de alagamentos no município. Com o repasse de informações ao órgão, afirma, é possível desenvolver ações preventivas ou buscar parcerias para criar alternativas aos moradores.