Moradores do Cedro Grande estão insatisfeitos com transporte coletivo
Passageiros reclamam que os ônibus não vão até o ponto final; empresa diz que decisão foi tomada visando segurança
Moradores do bairro Cedro Grande, mais precisamente da rua Otaviano Rosa, têm sofrido com problemas relacionados ao transporte coletivo. De acordo com a costureira Eliane Esser Merizio, que mora no local há 23 anos, os problemas começaram há cerca de um ano, quando a prefeitura iniciou o asfaltamento da via.
Ela conta que a comunidade tinha ônibus em diversos horários e todos faziam o trajeto até o ponto final, localizado depois da igreja do bairro. Porém, com o início da obra, a passagem do transporte coletivo sofreu modificações.
“Os ônibus pararam de subir aqui. Eles param lá embaixo, principalmente quando chove. Não interessa se é pessoa de idade, criança de colo, eles não sobem”, diz.
Em dias chuvosos, nenhum ônibus vai até o ponto final. Os moradores da comunidade precisam desembarcar no ponto que fica próximo ao mercado Pedrotti, distante mais de um quilômetro do ponto final. “Até a igreja, dá uma caminhada de 30, 40 minutos, mas tem muita gente que mora pra frente da igreja, e precisa caminhar mais de um quilômetro pra poder chegar em casa”, conta a costureira Elenir de Souza.
A sogra de Elenir depende do ônibus pelo menos três vezes por semana para fazer tratamento de saúde, mas para chegar até o ponto de ônibus, precisa contar com a ajuda dos familiares ou de vizinhos. “Pra gente que é novo, até tudo bem. Mas pra quem já é de idade como minha sogra fica complicado. Não podemos marcar compromisso e depender de ônibus, porque a gente não sabe quando vai passar. Está bem complicada a situação”.
Eliane afirma que a estrada já esteve em condições piores e que caminhões trafegam normalmente no local. Além disso, o microônibus da Secretaria da Educação, que leva os alunos da comunidade para a escola, também faz o trajeto normal. “O ônibus consegue subir tranquilo aqui, sim. Não sei por que estão evitando”.
A moradora também reclama que os horários foram reduzidos. “Quem tem consulta de manhã, por exemplo, agora tem que esperar até o meio-dia pra vir pra casa. Da mesma forma à tarde, que dependendo, tem que ficar esperando até as 19h pra voltar e ainda caminhar mais um tempo até chegar em casa”.
As moradoras afirmam que já entraram em contato com o Consórcio Nosso Brusque, mas até agora o problema não foi solucionado. “O asfalto que era nosso maior sonho, já está se transformando em pesadelo porque até que fique pronto teremos que passar por essa situação com os ônibus”, diz Elenir.
O que diz a empresa
A reportagem entrou em contato com o Consórcio Nosso Brusque, responsável pelo transporte coletivo no município. A empresa informa que está ciente do problema, porém, não tem condições de fazer o trajeto até o ponto final em dias de chuva devido a situação da estrada. A medida, segundo o consórcio, é tomada visando a segurança dos passageiros. A empresa ressalta ainda que em dias de tempo seco o ônibus faz o seu trajeto completo.