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Moradores da margem esquerda da Beira Rio e governo debatem desapropriações de imóveis e indenizações

Propriedades serão avaliadas e indenizações deverão ser pagas 30 dias após acordo entre população e moradores

Moradores que terão seus imóveis desapropriados devido às obras de prolongamento da margem esquerda da avenida Beira Rio participaram de uma reunião na tarde desta sexta-feira, 24, com vereadores e representantes do governo municipal, realizada na Câmara de Vereadores. Eles cobraram respostas sobre a situação das desapropriações e indenizações.

Segundo os moradores, desde o início do ano passado a prefeitura divulga que já entrou em contato com a população local que será afetada com a obra, mas eles alegam que isso não é verdade.

Residindo há 28 anos na rua João Batista Torrezani, no bairro Steffen, Agenor Leal afirma que os moradores estão muito tristes com a situação. Ele diz que só soube que perderia a casa recentemente após membros da comissão da prefeitura irem até sua casa informá-lo.

“Temos perguntas sem respostas. O governo não está respondendo, não estamos sendo respeitados. Estamos desconfiados porque há muito tempo falam coisas que não são verdade. Publicamente falam que conversaram com os moradores, mas apenas recentemente conversaram conosco”, diz.

O advogado que representa os moradores, Aloir José Konopka, também esteve presente na reunião e afirmou que ninguém é contra a obra, mas que a população ainda não tem um parecer sobre valores, o que dificulta que eles procurem um novo imóvel o quanto antes. “Sabendo qual é o valor determinado, eles começam a procurar um outro imóvel”, afirma.

Segundo ele, os moradores não estariam preocupados se os detalhes debatidos na reunião já estivessem alinhados com toda população local que será afetada. “Ninguém vai deixar nenhuma máquina entrar sem ter certeza de valores. Que bom que agora começamos a colocar as coisas em pratos limpos”, diz.

O vereador Alessandro Simas pediu desculpa aos moradores em nome do governo. Segundo ele, ninguém vai passar por cima dos moradores e o objetivo é fazer as coisas do modo correto e legal. Ele também informou a importância dessas pessoas acompanharem os avaliadores e relatarem os locais dentro da propriedade onde investiram mais dinheiro, para que isso seja levado em consideração.

As avaliações
Conforme a comissão da prefeitura, que é formada pelo engenheiro do Departamento Geral de Infraestruturas (DGI), Rafael Kniss, e funcionários do setor de Tributação, serão feitas três avaliações nos imóveis por três imobiliárias diferentes. O período de avaliações será de três meses, entre maio e julho. Após essa etapa, as avaliações serão encaminhadas para comissão da prefeitura, que entrará em contato com os moradores para iniciar as negociações.

“A partir das avaliações e chegando em um consenso entre moradores e prefeitura, na média de 30 dias para repassar os valores”, afirma Danielle Heil, responsável pelas negociações e desapropriações dos moradores da Beira Rio.

Além disso, Danielle disse que os avaliadores não vão considerar apenas os registros dos imóveis que constam nos cadastros da prefeitura, mas o que existe atualmente nas propriedades. Os moradores também foram informados que dos R$ 28 milhões destinados à obra, existe uma porcentagem que será destinada para indenizações das propriedades.