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Moradores de Brusque e região votam nas eleições italianas

Centenas de ítalo-brasileiros escolheram os seus candidatos por meio das redes sociais

Cidade com muitos descendentes de italianos detentores de cidadania, Brusque e região foi movimentada nas últimas semanas pelas eleições italianas – que ocorrem dia 4 de março. Ainda que a Itália fique, literalmente, a um oceano de distância, os ítalo-brasileiros foram alvo de muitos candidatos que concorrem ao Senado e à Câmara dos Deputados.

De acordo com a presidente do Circolo Italiano di Brusque, Valdete Gianesini, somente por meio da entidade cerca de 2 mil pessoas fizeram o processo de cidadania. O expressivo número demonstra porque muitos candidatos enviaram e-mails, cartas e mensagens para os brusquenses em busca de voto.

Italianos e detentores da cidadania italiana que moram no exterior podem votar nas eleições parlamentares de acordo com a Constituição. A América do Sul tem direito a quatro cadeiras na Câmara e duas no Senado.

Segundo o Consulado Geral da Itália no Brasil, há 90 candidatos concorrendo a uma das casas legislativas pela América do Sul. Entretanto, eles não são todos brasileiros, há argentinos uruguaios e de outras nacionalidades.

Diferente
Independentemente do resultado, para os ítalo-brusquenses votar é um privilégio conseguido junto com a cidadania. A presidente do Circolo, por exemplo, já votou algumas vezes.

Valdete diz que é bastante diferente votar nas eleições italianas porque não existe a proximidade do político. É por isso que as redes sociais ganham mais importância. Muitos brusquenses com cidadania se comunicaram em busca de informações.

Nas últimas semanas, as redes sociais e os grupos de WhatsApp foram bastante usadas pelos moradores locais para decidir em quem votar. Valdete analisou as principais propostas antes de votar.

Ela diz que muitas pessoas que têm cidadania não votam. Para descendente, o voto é um dever que vem junto com a nacionalidade italiana e que deve ser exercido.

Michel Belli tem opinião parecida. Para ele, votar é exercer a cidadania italiana. Ele é ítalo-brasileiro há mais de cinco anos e já votou antes.

Belli diz que discutiu com algumas pessoas que também têm cidadania quais candidatos seriam melhores. Ele afirma que, desta forma, conseguiu se informar e votou em candidatos mais conhecidos.

Morador de Botuverá, Evandro Dalcegio também votou. “Já estava decidido em quem votar”, revela. Ele afirma que as redes sociais foram importantes para saber mais dos planos de campanha de cada postulante a uma vaga pela América do Sul.

Sistema eleitoral
As eleições deste ano marcam o começo de um novo sistema eleitoral na Itália. A república continua a ser parlamentarista, com 630 deputados e 315 senadores. Os partidos mais votados formam o governo.

Como funciona a eleição?

  • Os ítalo-brasileiros receberam cédulas pelos Correios
  • As cédulas com os votos devem chegar ao Consulado até 1º de março às 16h. No caso de Brusque, os interessados já depositaram nos Correios
  • Os votos são contabilizados em Roma. Quatro deputados e dois senadores são eleitos pela América do Sul
  • Os eleitos pela América do Sul legislam apenas sobre temas na sua circunscrição, como imigração e economia