Moradores de Guabiruba reclamam sobre falta de horários de ônibus; empresa se manifesta
Empresa alega que pandemia piorou a situação
Empresa alega que pandemia piorou a situação
Colaborou Bruno da Silva
A falta de linhas e horários de ônibus reduzidos foram motivo de reclamação de diversos moradores em Guabiruba. O assunto também foi debatido na sessão ordinária da Câmara de Vereadores realizada na terça-feira, 12.
A vereadora Maria Simone Fischer (MDB) comentou durante a sessão que esta é uma reclamação antiga, especialmente dos moradores dos bairros Lageado Alto e Planície Alta. Ela diz que, além dos moradores, as pessoas escolhidas por meio de concurso público ou processo seletivo para atuarem em diversas áreas no município questionam os horários do transporte coletivo
“Infelizmente, temos que dizer para essas pessoas que a maioria não vai ter transporte coletivo para atender a necessidade deles em horário de escola, por exemplo. Não tem como garantir que um cidadão que queira vir trabalhar em Guabiruba e saia de Brusque para estar aqui 7h30 e consiga ir para casa 11h30”, pontua.
Os moradores do Holstein também reclamam do trajeto feito pelo transporte coletivo. Segundo eles, o ônibus que ia até determinado ponto, hoje não faz mais o mesmo caminho e é preciso caminhar um trecho mais longo para chegar até o novo ponto. Ela ainda questiona a falta de linhas para a comunidade do Lageado Alto e da Planície Alta.
“O serviço está disponível para a empresa, ela que o faça com qualidade, não estamos exigindo nem excelência, mas qualidade e que contemple a todos os cidadãos”.
Na oportunidade, o vereador Jair Francisco Kohler (PP) também se pronunciou e disse que apresentou um questionamento semelhante há um ano, além de comentar a resposta que recebeu do responsável pelo transporte coletivo no município.
“Ele disse que não era viável pelo número de usuários nesses bairros. Eu penso que se a empresa acha que para eles não é viável, vamos procurar outra empresa. Não podemos deixar a nossa comunidade sem transporte público”.
A vereadora ainda disse que caso não seja possível fazer o transporte com um ônibus, a empresa deveria utilizar um veículo menor, como uma van, por exemplo.
Alexandre Felipe Pereira, o Xande (PP) também comentou que foi procurado por moradores de alguns bairros em 2021 relatando a situação e que buscou questionar a empresa. “Naquele momento havia me comentado que até o final de 2021 não teria transporte em certas localidades por questões da pandemia e que não era viável”.
Ele propôs que seja feito um levantamento sobre os dias e horários mais procurados para evitar que os moradores fiquem sem o transporte coletivo.
Simone ainda acrescentou que essa questão é de longa data e que não existiu uma expansão do sistema para atender a população e mais horários.
Um ofício foi encaminhado à empresa com todos os questionamentos apresentados na sessão ordinária, além da solicitação dos itinerários de ônibus diários em Guabiruba.
O diretor da empresa que realiza o transporte coletivo em Guabiruba, Artur Klann, informou que as linhas são intermunicipais e que o serviço é diferente de um transporte urbano municipal. “As linhas Lageado Alto e Planície Alta nós nunca atendemos, nunca tivemos horários para essas localidades”.
De acordo com o empresário, a localidade Holstein é atendida nos mesmos horários da rua São Pedro, pois o ônibus passa por lá também. Ele diz que há três horários no sentido bairro a Brusque e dois no sentido contrário. “Não temos previsão nenhuma de aumento de horário ou de linhas, acredito que isso não deva acontecer agora neste ano”, salienta.
Ele ainda explica que a empresa recebe algumas reclamações pontuais dos usuários do transporte coletivo, mas diz que “geralmente são coisas totalmente inviáveis” para a empresa atender.
“Essas linhas são deficitárias já faz alguns anos e com a pandemia isso piorou drasticamente. Hoje, elas nos dão prejuízo todos os meses, posso garantir isso. Acabamos fazendo pois sabemos da necessidade da população e também por atendermos esses usuários há muitos anos. Tentamos levar ainda um pouco mais, mas não sabemos até que ponto isso vai continuar por conta da demanda que é muito baixa”, esclarece Artur.
O empresário ressalta que é preciso demanda para que o serviço seja ofertado ou ampliado. “Não sei qual será o caminho disso, daqui a pouco teremos que pensar em algum subsídio, da mesma forma que já acontece nas linhas municipais em Brusque, mas isso é uma outra questão. Temos que estar sempre atentos, pois realmente não existe possibilidade de fazer um incremento por não tem demanda”, finaliza.