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Moradores denunciam despejo de efluentes coloridos em ribeirões de Brusque

Riachos nos bairros Varginha e São Pedro são alvos de agressão com resíduos químicos

O tecelão Eleandro Cuco, 38 anos, conta que na primeira vez que as águas do ribeirão que corre atrás de sua residência ficaram coloridas, fez uma denúncia anônima à Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema). Ele mora na Estrada Geral da Varginha, Brusque. 
– Isso aqui virou um arco-íris durante o dia: às vezes é azul, amarelo, vermelho, preto. 
Após a denúncia, os despejos diminuíram, mas, recomeçaram dias mais tarde. Cuco insistiu, ligou mais duas vezes, dando nome e endereço, para que os fiscais da Fundema fossem verificar o que acontecia com a água. 
– Passaram 15 dias, liguei de novo, a água estava vermelha. Passou verde, azul, e nada –  relata, acrescentando que nenhum fiscal apareceu para vistoriar o ribeirão. 

Anísio de Sousa, 35 anos, denuncia a poluição que tingi o ribeirão que corre às margens da rua Guilherme Wegner. O morador fotografou a agressão ao meio ambiente nos últimos dois anos e afirma que enviou as imagens para a Fundema e para a Fatma.

O que diz a Fundema
O diretor da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), Diego Furtado, garante que ambos os locais passaram por vistorias, e as empresas que realizaram os despejos de efluentes foram notificadas. 
Furtado detalha que já houve casos de problemas de vazamentos e de descarte de efluentes, mas explica que a Fundema faz o processo administrativo, da notificação, multa e encaminhamento ao Ministério Público. 
– Encontramos a empresa que soltou o efluente, verificamos a estação de tratamento, coletamos, enviamos para a análise na Furb. Verificamos os resultados e de acordo com eles, efetuamos a multa. O valor varia do porte da empresa, do dano.
As leis e os danos
O técnico em gestão ambiental da Fatma (Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina), Stevens Stagnollo, relata que três leis regulamentam o despejo de efluentes em rios: o Código Ambiental Catarinense, 14675/2009 e duas resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), a  357/2005 e a 430/2011. 
Quanto aos padrões de cor, Stagnollo detalha que na atualidade, Santa Catarina tem poucos parâmetros. Quanto aos danos, descreve que pode haver produção de algas em excesso e a geração de sedimentos, que dificulta a produção de oxigênio na água. De maneira indireta, também há prejuízos para a fauna e a flora. 
– E até para consumo humano, dependendo da qualidade. Dificulta o tratamento da água, torna mais trabalhoso o processo, com mais etapas e onera o sistema público. 
Denuncie crimes ambientais!
Para a Fundema: (47) 8873 1826
Para a Fatma: 0800 644 8500
**Na edição de terça-feira, 3, conheça o caso de poluição no riacho ao lado da rua São Pedro e saiba mais sobre o posicionamento da Fundema.