Moradores do Jardim Maluche são contra mudança de local do posto de saúde do bairro
Imóvel onde está a unidade é do governo do estado e é reivindicado pela Rede Feminina de Combate ao Câncer
Imóvel onde está a unidade é do governo do estado e é reivindicado pela Rede Feminina de Combate ao Câncer
Em reunião realizada na noite de terça-feira, 7, no salão da capela Nossa Senhora de Fátima, os moradores do bairro Jardim Maluche e arredores, se manifestaram contra a possibilidade de a Rede Feminina de Combate ao Câncer ocupar a estrutura da unidade básica de saúde do bairro.
O encontro reuniu mais de 60 moradores do Jardim Maluche e também membros da Associação de Moradores da Bulcão Viana (Ambavia), que são atendidos pela unidade.
O presidente da Associação dos Moradores do Jardim Maluche (Amasc), Cleiton Tomaz, explica que a assembleia foi realizada porque os moradores do bairro ficaram sabendo da intenção da Rede Feminina de ocupar o local. Desta forma, o posto de saúde teria que ser transferido de lugar.
“Todos sabem e concordam que o trabalho da Rede Feminina é de extrema importância para toda a cidade, mas somos contrários a mudança de local do posto para que a Rede ocupe a estrutura. Todos queremos que o posto continue onde está, da forma que está”, diz.
O terreno onde está a unidade de saúde do Jardim Maluche é de propriedade do governo do estado, que cedeu para o município construir a estrutura. Entretanto, há negociações entre a Rede Feminina e o governo sobre utilizar o prédio que já existe ao invés da entidade construir uma nova sede.
“O posto de saúde do Maluche foi o primeiro da cidade, é uma referência e realiza muitos atendimentos por dia. Ele está em uma ótima localização, é de fácil acesso. Mudar de lugar é inviável. Não temos nenhuma garantia de que será construído um novo posto. Corremos o risco de ficar sem”, diz o presidente da Amasc.
Uma nova assembleia deve ser realizada em abril para voltar a discutir o assunto. A ideia é que o prefeito Ari Vequi, vereadores e representantes do Comusa e da Secretaria de Saúde participem para esclarecer o assunto.
“Tudo o que sabemos é o que ouvimos falar. Nos chegou essa informação do interesse da Rede e estamos todos preocupados, por isso, decidimos convocar o prefeito, Câmara de Vereadores, Comusa e Secretaria de Saúde para mostrar nosso posicionamento e entender o que está acontecendo”.
No novo encontro, a associação deve entregar a reivindicação da comunidade, que é a permanência da unidade onde está, e também solicitar encaminhamento de ofício ao governo do estado para que o terreno onde está localizada a unidade de saúde seja doado ao município.
“Queremos que o governo faça a doação para a prefeitura, para que esse tipo de situação não aconteça mais. Hoje é a Rede Feminina interessada, amanhã pode ser outra entidade, o governo transferir e ficaremos sem posto de saúde”.
A associação também organiza um abaixo-assinado reivindicando a permanência do posto de saúde onde está.
A presidente da Rede Feminina de Brusque, Miriam Evangelista Ribeiro, afirma que a solicitação da entidade para utilizar o imóvel já foi protocolada no governo do estado e espera-se uma resposta da secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, sobre o assunto.
“O pedido foi enviado por escrito e estou aguardando a resposta da secretária. Não vamos desistir do prédio. Vamos continuar brigando para que o imóvel passe para uso da Rede”, afirma.
A entidade também entregou o pedido formal para o uso do prédio do posto de saúde do bairro para a deputada Daniela Reinehr, solicitando o apoio no pleito.
Sobre a oposição dos moradores sobre o assunto, Miriam afirma que em nenhum momento a entidade foi procurada para conversar. “Nós somos as maiores interessadas e não fomos convidadas para a reunião. A associação não veio nos procurar para expor os motivos pelos quais é contra. A Rede não está fazendo por pirraça. Precisamos do espaço para atender melhor nossas pacientes”.
Em ofício encaminhado à Amasc, a Secretaria de Saúde informa que a proposta de doação do espaço físico da unidade de saúde do bairro para a Rede Feminina foi apresentado como desejo da entidade ao prefeito de Brusque na solenidade de posse da atual diretoria. Entretanto, segundo a pasta, não há nada concreto sobre o assunto.
“Vale frisar que o imóvel é propriedade do estado e não do município, razão pela qual o governo já se prontificou em regularizar e confeccionar novo termo de permissão de uso do imóvel. Logo, esta municipalidade e tampouco a Secretaria de Saúde detêm poderes ou atribuições para realizar a permuta e/ou doação do imóvel para entidade privada, ou seja, não há formalização ou qualquer procedimento em andamento para que isso ocorra”, diz o ofício assinado pelo secretário Osvaldo Quirino de Souza.
– Assista agora:
História do Santuário de Azambuja, em Brusque, está retratada em seus vitrais