Moradores do Limoeiro cobram resposta sobre alteração de projeto da rodovia Antônio Heil
Passados quase cinco meses da última reunião, comunidade ainda não sabe se reivindicações serão atendidas pelo Deinfra
Representantes do bairro Limoeiro realizaram na noite desta segunda-feira, 21, mais uma reunião para discutir a obra de duplicação da rodovia Antônio Heil (SC-486). O encontro teve como objetivo cobrar uma resposta do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) sobre as alterações solicitadas pela comunidade em reunião no mês de março.
Naquela ocasião, representantes do Deinfra se comprometeram em dar uma resposta para os moradores em 45 dias, entretanto, quase cinco meses depois, não houve nenhuma manifestação do governo do estado sobre o assunto.
Os moradores reivindicam quatro modificações no projeto: a construção de um elevado na entrada do bairro Limoeiro – na altura do km 20 (próximo ao motel Deorum); uma passarela próximo à panificadora Sodepan; a não implantação da mureta divisória da pista do km 20 ao km 22, e também mais uma saída do bairro, na estrada do parque aquático Mineral Água Park.
O presidente da Associação de Moradores do Limoeiro, Luis Sergio Tambosi, diz que todos os órgãos envolvidos na obra foram convidados para a reunião, inclusive o governador Raimundo Colombo. Segundo ele, a comunidade precisa de uma resposta, principalmente os empresários da região, que têm planos de investir, mas não querem fazer antes de saber se as reivindicações da comunidade serão atendidas.
“Desta vez, a reunião foi só com os empresários porque muitos não sabem como vai ficar, querem fazer investimentos, mas preferem esperar uma definição, e como a resposta nunca vem, decidimos cobrar mais uma vez”.
Apesar de o convite da reunião ter sido enviado ao Deinfra no início de agosto, o órgão não enviou representantes para o encontro desta segunda-feira. “Eles não têm uma resposta para nos dar e ficam dando desculpas, mas a associação está amparada juridicamente e não vamos ficar parados”, destaca Tambosi.
Além dos empresários, participaram da reunião o vice-prefeito de Brusque, Ari Vequi; o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni; o deputado estadual Serafim Venzon; o secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Regional de Brusque (ADR), Ewaldo Ristow; o secretário executivo da ADR de Itajaí, Edson Periquito; e o vereador de Itajaí, Marcelo Werner.
Com a ausência do Deinfra, a comunidade ficou sem a resposta para seus pedidos. Vequi destacou que há uma grande preocupação quanto ao acesso ao bairro Limoeiro e nas proximidades da panificadora Sodepan. “Nesta área a rodovia está muito perigosa, há uma grande preocupação com este trecho e assim como vocês, fico desapontado com a ausência do Deinfra. Mais uma vez, vamos sair sem uma resposta”, diz.
Para ele, uma solução seria uma comitiva ir até Florianópolis para pressionar o Deinfra e cobrar uma resposta. “Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé”.
O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, afirma que restam dois caminhos. O primeiro, ir até o governo do estado e, se mesmo assim não houver uma resposta satisfatória, acionar o estado judicialmente. “Se administrativamente não resolve, tem a opção de impetrar um mandado de segurança, para parar a obra nesta região até que se chegue a um entendimento”.
Para o deputado estadual Serafim Venzon, a única solução é deixar a obra ser concluída e, depois reivindicar que o estado municipalize este trecho, para que a prefeitura possa realizar as adequações. “Não se consegue mudar o projeto agora. Depois de terminada a rodovia, o estado pode doar pra prefeitura, e aí a prefeitura faz as modificações que estão sendo discutidas aqui. Esta é uma sugestão”.
Para o secretário executivo da ADR de Itajaí, Edson Piriquito, os moradores têm razão. Ele afirma que a concepção da obra foi errada e que o estado tem que arcar com as consequências e rediscuti-la.
Piriquito se comprometeu em fazer uma visita a um dos trechos da rodovia que tem preocupado os moradores nesta quarta-feira, 23, junto com os engenheiros da obra, para ver se é possível fechar a vala que foi aberta para implantar a mureta divisória e melhorar a sinalização que tem gerado confusão no local. “Também me comprometo em marcar a próxima reunião e fazer com que o estado venha até aqui e diga sim ou não para as reivindicações”.