Os moradores da rua SP 069, no bairro São Pedro, estão descontentes com um corte de vegetação que iniciou há algumas semanas em um terreno no local. De acordo com os moradores, o problema é que a área desmatada é próxima a nascentes e com muitas árvores nativas.
Segundo o superintendente da Fundação do Meio Ambiente de Brusque (Fundema), Diego Furtado, os moradores foram até o órgão na tarde de ontem para tirar as dúvidas sobre o desmatamento no local. “Alguns moradores vieram até a Fundema, e explicamos a eles todos os procedimentos que ocorreram ali para autorizar o corte de vegetação. O proprietário veio à Fundema e fez todos os trâmites legais para conseguir o licenciamento de corte no local”, afirma.
Furtado diz que entende a preocupação dos moradores, mas destaca que o trabalho no local está dentro da lei. “A Fundema tem o difícil desafio de conciliar os interesses privados e a conservação do meio ambiente. As pessoas, evidentemente, se preocupam com a preservação do meio ambiente, mas a legislação ambiental também permite fazer algumas intervenções em determinados locais. Neste caso, os vizinhos ficaram na dúvida e acabaram nos questionando, mas tudo está licenciado, mostramos o mapa das intervenções que estão ocorrendo ali e também a área que será preservada”, explica.
O superintendente do órgão destaca que o corte no local foi autorizado porque a vegetação não é de estágio avançado. “Elas estão em estágio médio de regeneração, ou seja, essa área já foi desmatada há 30, 40 anos atrás, já foi área de plantação e a mata foi crescendo por si só”.
Segundo ele, o corte de vegetação nos 10 mil m² está sendo feito para o plantio de eucalipto. “A preocupação dos moradores ali é a questão de loteamento. Nós estamos atentos no local, o terreno está licenciado para o corte de vegetação, não tem nenhuma terraplanagem prevista, então alertamos os moradores para que caso eles vejam qualquer movimentação de terra ou qualquer construção, que entrem em contato com a Fundema através do nosso plantão que vamos investigar o caso”, orienta.
Furtado ressalta ainda que as nascentes no local serão preservadas. “Sabemos da existência de nascentes no local, já está mapeado como área que não vai haver intervenção, mostramos aos moradores que a nascente terá uma área de 50 metros, vai ser preservada, e as áreas de não preservação eles vão poder mexer”, diz.
A reportagem do MDD entrou em contato com o proprietário do terreno que preferiu não dar mais detalhes sobre o empreendimento, mas reafirmou que tem todas as licenças e está trabalhando dentro da lei.