Moradores reclamam da falta de estrutura da rua que dá acesso à ponte do Rio Branco
Obra foi aberta ao tráfego, mas ainda precisa ser finalizada; prefeitura negocia alargamento da via
Após atrasos, a ponte do Rio Branco foi aberta para tráfego de veículos e pedestres no último sábado, 5. As obras foram iniciadas em fevereiro de 2016, e a previsão de entrega era para o fim daquele ano.
O acesso à ponte se dá pela avenida Dom Joaquim e pela rua Guilherme Alberto Frederico Hoeffelmann, uma transversal da rua principal do bairro Rio Branco, a Ernesto Bianchini. É uma via de mão-dupla pensada para o trânsito de pedestres, veículos de passeio e também veículos de carga.
A ponte ainda não tem data de inauguração, afinal, a obra não está de fato concluída. O vice-presidente da Associação de Moradores do Rio Branco, Rodrigo Voltolini, afirma que, para que esteja de acordo com o projeto de execução, ainda falta o alargamento da rua Guilherme Alberto Frederico Hoeffelmann.
O diretor da Secretaria de Obras, Nik Imhof, frisa que o acesso à ponte por Dom Joaquim já está finalizado, e faltam somente os ajustes na lateral do Rio Branco. “Estamos terminando os meio-fios, vamos fazer as calçadas e a pintura da ponte, além do canteiro no cruzamento da avenida Dom Joaquim.”
Imhof afirma que a obra está tendo uma série de problemas para ser finalizada devido a entraves com os moradores da rua de acesso pelo Rio Branco. Segundo ele, alguns moradores pedem valores exorbitantes à prefeitura como indenização pela parte do terreno que terá que ser cedida ao município.
“Muito moradores aderiram normalmente e até gostaram do projeto de alargamento da rua, pelo benefício que trará. Nossa intenção é alargar, fazer uma nova drenagem e também asfaltar a rua”, explica o diretor, que afirma também que essa discussão com os moradores do bairro é uma questão de gestão executiva. Porém, para ele, a obra não tem como sair se não houver cooperação dos moradores.
Com a abertura da ponte, a Guilherme Alberto Frederico Hoeffelmann passou a receber mais tráfego do que o normal. Por enquanto, segundo Imhof, o trânsito flui bem, mas ele pontua que, com o aumento do fluxo de veículos na região, a rua pode ter problemas futuros para comportar os carros que agora transitam por ela diariamente.
“É por isso que a administração gostaria que fazer agora na sequência a reestruturação da rua, para que ela suporte o tráfego de veículos”, enfatiza o diretor.
O que pensam os moradores
No dia 30 de março, foi realizada uma reunião da associação de moradores em que membros do executivo deveriam estar presentes para conversar com a comunidade do bairro e os moradores da rua sobre as obras. “Mas posso afirmar com segurança que ninguém da prefeitura compareceu. Naquele dia, escutamos as revindicações dos moradores, que desejam o alargamento da rua”, diz Voltolini.
“Falta também a indenização dos moradores. Imagino que devam concluir o mais rápido possível, para que dois caminhões, por exemplo, possam transitar lado a lado na via”, completa o vice-presidente.
Segundo Rudi Kuchenbecker, morador da rua onde a ponte desemboca no bairro Rio Branco, a cabeceira da ponte do outro lado ficou bom, mas, o da rua em que mora, ainda tem muito a melhorar. Ele conta que o projeto é antigo, e a ponte já aparecia como finalizada e aberta para passagem em aparelhos de GPS muito antes da obra ser iniciada.
A rua não possui calçadas, meio-fio ou sinalização. Metade foi coberta com asfalto, e a outra metade continua de concreto. Vilson Hoeffelmann, proprietário de um terreno na rua, diz que “do jeito que está, vai ser um provisório para sempre”.
Arnaldo Lang, proprietário de um terreno no início da rua, acredita que o movimento de veículos, agora com a ponte aberta para o tráfego, pode chegar a duplicar. “É como se fosse um funil”, explica. “Lá na entrada da rua [pela rua Ernesto Bianchini] vai ser um caos. Querem fazer caber o movimento de uma rua de oito metros numa rua de seis.”
Segundo Lang, o que foi repassado aos moradores da região é que há um projeto de se alargar a rua, que atualmente é de seis metros, e fazer uma de oito. Para isso, seria necessário utilizar parte dos terrenos dos moradores, que não receberam proposta da prefeitura.
De acordo com os moradores, além do tráfego de veículos, há grande circulação de pedestres na rua. E, como não há calçada em boa parte da rua, eles precisam dividir o espaço com os carros, que desviam dos transeuntes.
“Até o final do mês, é para terminarem o meio-fio. Calçada, o fiscal disse que só ano que vem”, conta Dilso Lang, também morador da rua. “A ponte é uma obra muito bonita, mas a rua está uma porcaria. Espero que façam as melhorias e que não fique assim como está.”
Para Tiago Lang, “é uma vergonha” que se faça uma obra como essa numa rua que não possui a capacidade necessária para comportar o movimento de veículos que será gerado na região. Os moradores afirmam que, todos os dias, do horário de pico do final da tarde até altas horas da noite, há filas devido aos turnos de trabalho nas fábricas.
Os moradores também apontam que a ponte foi construída mais baixa do que deveria. Segundo Kuchenbecker, em enchentes passadas, a água subiu muito acima da altura da ponte. “Se der uma enchente que o nível da água chegue a dez, 11 metros, vai ter água na rua”, diz. Arnaldo Lang concorda, e afirma que, por mais que o rio tenha sido adaptado, a única diferença é que vai esvaziar mais rápido. “A desgraça vai ser a mesma”, lamenta.
A obra
Importante ponto de ligação e de encurtamento de distância entre bairros, a ponte do Rio Branco começou a ser construída em fevereiro de 2016, e teve sua entrega adiada diversas vezes.
Com um acesso de 90 metros de extensão, oito metros de largura e vão livre – sem pilares dentro do rio – de 40 metros, o projeto inicial da obra sofreu adequações, como a necessidade de fazê-la 1,5 metro mais alta por razões de segurança, pensando nos períodos de cheia.