Moradores reclamam de água parada em construção no Centro de Brusque
Acúmulo em terreno que está em fase de desapropriação pelo Samae pode colaborar para a criação do Aedes Aegypti
Moradores próximos ao local onde seria a Estação de Tratamento de Água (ETA) II, situado na rua Carlos Gracher, no Centro, reclamam do abandono do terreno e de possíveis focos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue e também do chikungunya e do zika vírus. A área está em processo de desapropriação da empresa RenauxView para o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae). Ambas foram contatadas pelo Município Dia a Dia e afirmaram não ser responsáveis neste momento pelo espaço.
Uma mulher que mora no local há mais de 40 anos e preferiu não se identificar, conta que a água está parada há muito tempo, porém, como antes não havia a preocupação com o mosquito, não se buscava providências. A moradora relata que observou quatro tanques com água empoçada e que há muito mato na área. “Não aparece ninguém para limpar e está tudo abandonado. Pedem tanto para cuidarmos da nossa casa e num local destes não é feito nada”, afirma.
A Vigilância Epidemiológica de Brusque não tinha conhecimento sobre a situação até o contato da reportagem, e afirmou que fará vistoria no local nos próximos dias, seguindo a ordem de chegada das denúncias. A coordenadora do programa de Controle da Dengue, Fernanda Lippert, explica que qualquer área com água parada pode ser propícia para a criação de mosquitos.
Colaboração de todos
Ela afirma que tanto a RenauxView como o Samae serão comunicados para que acompanhem a vistoria. Fernanda diz que a população tem participado ativamente e comunicado sobre possíveis locais de criadouro do mosquito. Porém, a coordenadora ressalta que os próprios cidadãos também são responsáveis por criar condições para o aparecimento de larvas, quando depositam lixo em terrenos baldios. “A falta de conscientização é o principal problema para o combate. Há um certo descaso, principalmente quanto a jogarem lixo e deixarem recipientes com acúmulo de água”.
Fernanda conta que a cada dez denúncias, oito são de água acumulada em terrenos baldios, e que na maioria das vezes as pessoas não gostam de ser orientadas sobre os cuidados necessários. Ela ainda explica que assim que o órgão é comunicado, a Vigilância vai até o local e, se tiver larvas, elas são levadas ao laboratório.
Neste mesmo momento, o proprietário do terreno é orientado para a realização de limpeza ou de adequações necessárias e tem um prazo de cerca de sete dias para fazê-las. “Muitas vezes o que ocorre é que o comunicante não sabe quem é o dono da área, o que dificulta mais o nosso trabalho até fazermos a localização. O que solicitamos é que os denunciantes, informem, se souberem, de quem é a propriedade”, recomenda.