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Moradores reclamam de queimadas em casas e empresas de Brusque

Lei proíbe queimar lixo em casa, mas casos são comuns, causando transtornos ao Corpo de Bombeiros e à Fundema

O problema de queimadas em lixo ou materiais descartados ainda perturba os moradores de Brusque. O hábito comum na região, além de gerar mau estar com problemas respiratórios, causa transtornos para o Corpo de Bombeiros e pode resultar em multa entre R$ 500 e R$ 2 mil, aplicada pela Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema).

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Em julho, no Centro, alguns comerciantes e moradores sofreram com a insistência de uma empresa que diariamente colocava fogo em restos de madeira, carpetes, entre outros. A vendedora Rita de Cássia Mafra, 31 anos, conta que o cheiro forte da fumaça foi tão perturbador, que foi necessário acionar a Polícia Militar. Mesmo com a presença dos policiais, a empresa continuou com o fogo.

No dia seguinte, já bastante incomodada com a situação, Rita decidiu denunciar para a Fundema. “Após a visita dos fiscais eles pararam, acredito que tenham sido notificados. Mas era constante, em pleno Centro da cidade”, diz.

No entorno da residência do técnico de informática Rodolfo Drosdosky Bodenmuller, 28, morador de Dom Joaquim, o maior problema é o fogo no lixo de obras da construção civil. “No último fim do ano, a minha calopsita morreu intoxicada devido à fumaça. A gente já foi conversar com os funcionários de obras, já fomos ameaçados por eles. É bem complicado”, conta. Como ele reside em um loteamento novo, há muitas construções no local. Em um dos casos, os moradores se reuniram para acionar a Fundema, que foi até o local e notificou o responsável.

Transtorno para bombeiros

O tenente do Corpo de Bombeiros, Jacson Luiz de Souza, diz que muitas vezes o morador vê a fumaça de longe, acha que é um incêndio de grandes proporções e acaba acionando a guarnição. Quando os socorristas chegam ao local, o fogo já está controlado. “Isso atrasa o atendimento de outra ocorrência de emergência, o que pode ser fatal para uma vítima em estado grave”, explica.

O militar ressalta que a população deve ficar atenta para os períodos com poucas chuvas, como entre julho e setembro, que são considerados os mais críticos para queimadas. Para evitar chamados desnecessários para o combate de supostos incêndios, o tenente orienta as pessoas a informarem ao Corpo de Bombeiros com antecedência quando fizerem queimadas controladas. “Assim, quando uma pessoa fizer o chamado já estaremos cientes de que não é nenhuma situação grave”, diz o tenente.

Orientação antes da multa

O fiscal da Fundema, Faues Vinícius Medeiros, relata que apurar as denúncias de queimadas é difícil, já que quando os fiscais chegam ao local, o fogo já terminou, o que impede o flagrante. “Existe uma lei municipal, além do Código Florestal, que proíbe qualquer tipo de queimada”, afirma.

Quando a Fundema é avisada de algum caso, a primeira atitude é a advertência ao responsável pela queimada ou proprietário do terreno. Caso seja reincidente ou persista em continuar com o crime, é feita uma notificação e aplicada a multa. “Observamos além da reincidência, a proporção do fogo e também o ambiente urbanístico, se existem muitos prédios ao redor ou casas, que pode afetar na saúde de um coletivo”, explica o fiscal.