Moradores reclamam do frequente abandono de animais na rua Max Heinig, no Bateas
Recentemente situação se agravou e agora população encontra cães e gatos mortos em sacos
Recentemente situação se agravou e agora população encontra cães e gatos mortos em sacos
Há anos moradores da rua Max Heinig, no bairro Bateas, sofrem com o abandono de animais aos longo da via. Geralmente cachorros e gatos são deixados na via durante a madrugada. Como o trecho não é asfaltado e não tem iluminação pública, até hoje a população não conseguiu flagrar uma ação.
Quando acordam, os cidadãos encontram dois ou três animais perambulando pela rua. No entanto, neste ano a situação se agravou e agora, além de abandonarem os animais, pessoas também estão usando a via para depositar sacos com bichos mortos.
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Apesar de lidarem com o abandono de cães e gatos há algum tempo, a novidade causou revolta nos populares que decidiram unir forças para solucionar o problema. Foi criado um grupo no WhatsApp para que os moradores possam relatar as situações e encontrar uma solução para o problema.
Mateus Lochener Franco, 21 anos, encontrou quatro sacos jogados à beira do córrego que passa pela rua na quinta-feira, 28. Ele acredita que havia animais dentro e, por isso, registrou o ocorrido e encaminhou no grupo dos moradores. A vizinha Graziela Becker entrou em contato com a Fundação do Meio Ambiente (Fundema) e solicitou que um agente fosse até o local.
No entanto, o órgão só foi conferir o ocorrido na sexta-feira, 29, e com as chuvas que ocorreram na noite anterior, os sacos haviam sido levados pela correnteza. Ela também entrou em contato com a Polícia Militar que informou que seria encaminhada uma viatura até a rua, mas ela não viu se os policiais foram até o local.
Lochener sempre morou na rua e conta que já teve 18 animais simultaneamente em casa. Hoje, ele não tem mais essa quantidade. A adoção é costumeira entre os vizinhos e tem o intuito de impedir que eles fiquem soltos pela rua, correndo o risco de serem atropelados pelos carros que usam a via como atalho.
Segundo Graziela, a rua fica próxima a rodovia Ivo Silveira, e, em horários de picos, é utilizada para cortar caminho. “Os carros passam em altíssima velocidade. Muitas vezes atropelam os cachorros e não fazem nada. Depois nós temos que enterrar para não ficar no meio da rua”, explica a moradora.
Bruno Luiz Machiori, 23, acredita que devido às condições da rua, algumas pessoas utilizam a via para matar e depois deixar o corpo dos animais na beira da estrada. “Isso acontece há uns cinco anos, mas esse ano está passando dos limites. Acredito que são abandonados uns dois ou três por dia”, revela.
O vendedor conta que por várias vezes já saiu do trabalho para acudir os cachorrinhos. A mais recente foi há uma semana quando uma cachorra foi abandonada na rua pela manhã e à tarde foi atropelada. “Coloquei ela no carro e levei no veterinário para tentar salvar e adotá-la também, mas ela acabou falecendo”, diz.
Hoje, ele tem três cachorros em casa, mas revela que não tem mais condições de adotar os animais. “Não temos mais lar para esses bichinhos, estamos de mãos atadas”.
Além do grupo para fiscalização dos abandonos, outra medida encontrada pela comunidade foi o contato com a Associação Brusquense de Proteção aos Animais (Acapra) para realizar a doação dos cães e gatos. “Eles estão ajudando a gente, mas agora a Acapra não tem mais lar para socorrer os animais”, explica.
Segundo Machiori, os moradores sempre enterram os corpos dos animais que são deixados dentro de sacos, pois o cheiro é muito forte. Quando os bichos estão vivos, os vizinhos dão água e comida até que ele seja adotado.
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Franco explica que no último ano entrou em contato com a Prefeitura de Brusque duas vezes solicitando que fosse feito algo a respeito do problema como a colocação de placas no local ou a conscientização das pessoas. “Eles sequer vieram ver se tinha possibilidade de colocar placa”.
Conforme Louisiane Cunha, vice-presidente da Acapra, a associação sempre recebeu denúncias de abandono e maus-tratos do bairro Bateas. Ela afirma que essas ocorrências não eram registradas há algum tempo e que este ano voltaram a acontecer.
Ela aconselha as pessoas que ao verem situações como esta façam fotos, gravem e anotem a placa dos carros. “É muito importante também que as pessoas se disponham a ser testemunha no processo porque não adianta só ter as provas de quem abandonou e fazer o boletim de ocorrência se as pessoas não ajudarem sendo testemunhas”, explica.