Morando na Alemanha há 30 anos, brusquense toma vacina contra Covid-19

Ivanor Kistenmacher diz que não teve nenhuma reação e ainda avalia o cenário da pandemia no país

Morando na Alemanha há 30 anos, brusquense toma vacina contra Covid-19

Ivanor Kistenmacher diz que não teve nenhuma reação e ainda avalia o cenário da pandemia no país

Um brusquense que mora na Alemanha há 30 anos recebeu a vacina contra a Covid-19 nesta terça-feira, 5. Ivanor Kistenmacher, de 50 anos, é fisioterapeuta e faz parte do primeiro grupo que recebeu o imunizante no país.

O grupo é composto por idosos acima dos 80 anos e profissionais da saúde, como médicos que trabalham na UTI, fisioterapeuta, cuidadores ou enfermeiras. O critério são os profissionais que têm mais chances de serem contaminados devido ao contato com os pacientes.

Após tomar a vacina, Kistenmacher teve que esperar no local por 15 minutos, período determinado para que houvesse alguma reação no corpo do paciente. Após 24 horas da aplicação, ele não teve nenhuma reação ou efeito colateral até o momento.

Ele tomou a vacina da Pfizer com a BioNTech. “Essa é a única que foi aprovada pelo sistema de saúde da Alemanha. Parece que vão liberar uma outra, mas desde o começo [da imunização] foi aceita só essa vacina, que é da Pfizer”.

Para receber a vacina, o morador do estado Baden-Württemberg precisou preencher um requisito para ter direito ao imunizante. O requisito é disponibilizado no site do governo federal.

“Como sou fisioterapeuta, eu trabalho com pacientes paliativos, com câncer, com todo tipo de comorbidade, intubados, idosos. Por ter essa atividade próxima aos pacientes, eu tive direito [à vacina]. Mas precisei apresentar um atestado das instituições onde eu trabalho”, explica.

Ele tem uma clínica de fisioterapia, mas também atua fora da empresa, visitando os pacientes em domicílio, no hospital ou em asilos. “Consegui um atestado das instituições e foi fundamental para ser vacinado. Caso contrário, eu teria que esperar na fila, pois estaria na segunda hierarquia para receber a vacina”. Ele tomará a segunda dose do imunizante em 21 dias.

Situação na Alemanha

O morador de Ulm, cidade próxima de Munique, localizada no Sul da Alemanha, conta que a taxa de incidência da Covid-19 é de 96 casos por 100 mil habitantes, conforme o boletim divulgado pelas autoridades nesta terça-feira. “Eles querem baixar o índice para 50 ou menos, pois a partir deste número eles conseguem identificar onde estão os focos. A partir de 50, eles não têm mais noção de quem está contaminando”, pontua.

Carteira de vacinação mostra a primeira dose da vacina | Foto: Arquivo pessoal

Apesar do índice elevado de casos, o brusquense afirma que os hospitais ainda têm vagas. “Aqui tem um hospital do exército que é muito bom. Minha vizinha trabalha como anestesista no hospital e disse que ainda tem espaço. Eles também estão atendendo pacientes de outros estados e de outros países”. O brusquense explica que a cidade tem vários hospitais e que eles também têm capacidade.

Segundo Kistenmacher, as restrições na cidade são fortes. “Eles pedem para ninguém se encontrar. Após as 20h ninguém pode sair na rua. Só estão trabalhando os serviços essenciais como farmácia, fisioterapia, supermercados. O resto está tudo fechado, como bares, lojas e discotecas, e não há previsão para abrir”.

O governo avalia permitir o retorno das demais atividades no dia 31 de janeiro, mas o morador acredita que será difícil devido à situação.

Trabalho em meio a pandemia

O fisioterapeuta conta que o trabalho dele foi afetado no início da pandemia de coronavírus. Por conta da insegurança, ele precisou paralisar os atendimentos por um tempo.

“Escrevi para todos os meus pacientes e deixei eles decidirem se queriam vir para o tratamento ou não. No começo, eles desmarcaram os horários. Por duas ou três semanas o movimento foi mais fraco e reduzi bastante a minha agenda. Atendi os pacientes necessários que são os com derrame cerebral ou que estão em coma”.

Com o tempo, as medidas protetivas foram adotadas e ele pode retornar aos atendimentos na clínica. Segundo ele, a população não questiona o uso da máscara e álcool gel e pratica as medidas para evitar a contaminação.

Ele relata ainda que duas pacientes foram contaminadas com a Covid-19. Uma das mulheres tem esclerose múltipla e foi muito atingida pela doença.


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