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Mortes por dengue: veja perfil das vítimas da doença em Brusque

Segundo dados da Vigilância em Saúde, 80% dos óbitos foram de pacientes com comorbidades

De março até julho, Brusque confirmou dez mortes por dengue e, segundo dados da Vigilância em Saúde, 80% das vítimas possuíam uma ou mais comorbidades. Dentre as mais comuns, estavam a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM), que apareceram em cinco óbitos.

Outras comorbidades registradas foram a cardiopatia, doença renal, hipotiroidismo, além de um paciente que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e uma gestante.

Ainda, de acordo com dados municipais, 70% das mortes foram de pessoas com mais de 60 anos. Sendo quatro mortes de idosos acima de 80 anos.

Conforme a diretora do setor, Ariane Fischer, os dados mostram que idosos e pessoas com comorbidades são os grupos de risco, pois apresentam menor resposta imunológica ao vírus.

“Isso significa que se um idoso ou portador de comorbidades adentrar ao serviço de saúde devemos ser criteriosos no manejo. Com relação às ações de prevenção, procura-se sensibilizar a todos e ressaltar que esses grupos estão mais susceptíveis”, conta.

Ainda, o maior número de óbitos pela doença em Brusque são de mulheres. Contudo, Ariane explica que o dado é atípico e não corrobora com o perfil da doença no Brasil, onde a cada 104 mortes de homens, morrem 100 mulheres de dengue.

O mês que registrou o maior número de óbitos da doença no ano foi abril, quando cinco pessoas faleceram por conta da doença. Em março e maio foram registradas duas mortes a cada mês e em julho um óbito foi confirmado.

Ariane detalha que o período de sazonalidade da dengue, segundo as evidências epidemiológicas, inicia em outubro e segue até maio. Então, após esse período, os casos tendem a diminuir.

Contudo, a Vigilância em Saúde alerta que os casos de dengue devem aumentar na primavera e verão. “Já estamos com planejamentos e com força tarefa nas fiscalizações para mitigar ao máximo o número de focos e casos e, necessitamos da população para enfrentarmos”, completa.

Perfil dos óbitos de dengue

Perfil dos óbitos de dengue em Brusque de O Município

Confira detalhes sobre pacientes que morreram por conta da dengue:

A sequência de óbitos é definida por ordem de encerramento de cada caso. Ou seja, por ordem de confirmação laboratorial.

Além disso, a Vigilância em Saúde divulgou anteriormente que o município havia registrado 11 óbitos. Contudo, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) analisou o óbito de uma gestante de 22 anos em março e concluiu que o feto não morreu em decorrência da dengue. Com isso, o registro saiu da contagem oficial.

Óbito 1

Idade: 81 anos
Sexo: masculino
Bairro: Jardim Maluche

Início dos sintomas: 23 de março
Dia da internação: 24 de março
Entrada na UTI: 24 de março
Data da morte: 26 de março

Comorbidades: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e cardiopatia.


Óbito 2

Idade: 59 anos
Sexo: feminino
Bairro: Primeiro de Maio

Início dos sintomas: 1º de abril
Dia da internação: 4 de abril
Entrada na UTI: 6 de abril
Data da morte: 7 de abril

Comorbidades: sem relato.


Óbito 3

Idade: 63 anos
Sexo: feminino
Bairro: Jardim Maluche

Início dos sintomas: 28 de março
Dia da internação: 1º de abril
Entrada na UTI: 1º de abril
Data da morte: 1º de abril

Comorbidades: Diabetes Mellitus (DM).


Óbito 4

Idade: 100 anos
Sexo: feminino
Bairro: Azambuja

Início dos sintomas: 2 de abril
Dia da internação: 5 de abril
Entrada na UTI: 5 de abril
Data da morte: 16 de abril

Comorbidades: sem relato.


Óbito 5

Idade: 97 anos
Sexo: feminino
Bairro: Souza Cruz

Início dos sintomas: 24 de março
Dia da internação: 29 de março
Entrada na UTI: sem registro
Data da morte: 14 de abril

Comorbidades: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).


Óbito 6

Idade: 69 anos
Sexo: masculino
Bairro: Dom Joaquim

Início dos sintomas: 14 de abril
Dia da internação: 20 de abril
Entrada na UTI: sem registro
Data da morte: 21 de abril

Comorbidades: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM) e doença renal.


Óbito 7

Idade: 64 anos
Sexo: masculino
Bairro: São Pedro

Dia da internação: 5 de maio
Entrada na UTI: 5 de maio
Início dos sintomas: 9 de maio
Data da morte: 13 de maio

Comorbidades: Diabetes Mellitus (DM), Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Acidente Vascular Cerebral (AVC).


Óbito 8

Idade: 22 anos
Sexo: feminino
Bairro: Santa Terezinha

Início dos sintomas: 16 de março
Dia da internação: 20 de março
Entrada na UTI: 20 de março
Data da morte: 21 de março

Comorbidades: gestante (a Dive-SC retirou o óbito do feto como sendo de dengue, após análise).


Óbito 9

Idade: 86 anos
Sexo: masculino
Bairro: Santa Terezinha

Início dos sintomas: 18 de abril
Dia da internação: 14 de maio
Entrada na UTI: 14 de maio
Data da morte: 17 de maio

Comorbidades: cardiopatia.


Óbito 10

Idade: 52 anos
Sexo: feminino
Bairro: Rio Branco

Início dos sintomas: 5 de maio
Dia da internação: 15 de maio
Entrada na UTI: 15 de maio
Data da morte: 3 de julho

Comorbidades: hipotiroidismo.

Casos em Brusque

Conforme dados divulgados na segunda-feira, 1º, pela Diretoria de Vigilância em Saúde de Brusque, por meio do Programa de Combate a Endemias, o município soma 4.974 casos de dengue.

Na semana do dia 25 de julho até 1º de agosto, nenhum novo caso foi confirmado.Ainda, nenhuma pessoa está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e apenas um paciente faz tratamento em enfermaria hospitalar.

Do total de casos, 242 foram no Águas Claras, 304 no Azambuja, 87 no Bateas, 84 no Cedrinho, 60 no Cedro Alto, 398 no Centro I, 32 no Centro II, 337 no Dom Joaquim, 143 no Guarani, 226 no Limeira, 145 no Limoeiro, 491 no Jardim Maluche, 149 no Nova Brasília, 42 no Paquetá, 36 no Planalto, 19 na Ponta Russa, 48 no Poço Fundo, 203 no Primeiro de Maio, 355 no Rio Branco, 39 no Santa Luzia, 158 no Santa Rita, 408 no Santa Terezinha, 174 no São Luiz, 114 no São Pedro, 377 no Souza Cruz, 177 no Steffen, 37 no Tomaz Coelho, 40 no Volta Grande e 48 no Zantão.

Focos do mosquito

Conforme a Vigilância em Saúde, Brusque soma 1.166 focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, entre outras doenças, em 2022. Segundo a Dive, o município é um dos 133 que foram considerados infestados pelo mosquito no estado.

O bairro com maior número é o Dom Joaquim, com 93 notificações, seguido por Guarani com 81, Rio Branco, 77; Águas Claras, 70; Santa Rita, 67; Maluche, 66; Limeira, 65; Azambuja, 61; Nova Brasília, 57; Santa Terezinha, 54; Steffen 54; e Centro I, 52. Completam as regiões com maior número de focos, São Luiz com 51 e Limoeiro 50 ocorrências de focos identificadas ao longo de 2022.

A partir destes números, os bairros brusquenses considerados infestados pela equipe técnica do Programa de Combate a Endemias são: Primeiro de Maio, Águas Claras, Azambuja, Jardim Maluche, Nova Brasília, Santa Rita, Santa Terezinha, São Luiz, São Pedro, Souza Cruz, Steffen, Bateas, Centro I, Dom Joaquim, Guarani, Limeira, Limoeiro e Rio Branco. O que determina quando uma localidade é considerada infestada é uma análise que considera critérios como a quantidade de focos e de casos.

Orientações e denúncias

Em caso de sintomas de dengue procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) da sua região, para o primeiro atendimento. Após a avaliação será dado o encaminhamento necessário.

A Diretoria de Vigilância em Saúde de Brusque, por meio do Programa de Combate a Endemias, também informa o número de telefone para denúncias, pelo WhatsApp, somente em formato de texto no (47) 9 8813-0095 ou ligação, pelo número da Ouvidoria Municipal no 156.

Dengue em Santa Catarina

Segundo dados da Dive de 27 de julho, Santa Catarina tem registrado 1.477 casos de dengue com sinais de alarme e 91 casos de dengue grave.

Até então, foram notificados 116 óbitos suspeitos da doença, sendo que 89 foram confirmados. Do total, 23 foram descartados e quatro permanecem em investigação pelas Secretarias Municipais de Saúde com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde

Os óbitos passaram a ocorrer em maior número no estado a partir da semana entre 20 e 28 de março, com a confirmação de oito óbitos na ocasião. O aumento no número de óbitos por dengue registrados em Santa Catarina coincide com o aumento no número de casos notificados.