Motoristas adiam troca de pneus e afetam setor de balanceamento e geometria
Com clientes mais econômicos, empresas de Brusque registram queda no volume de serviços
Com clientes mais econômicos, empresas de Brusque registram queda no volume de serviços
Para economizar e adiar custos, muitos motoristas de Brusque estão deixando para trocar os pneus de seus veículos na última hora. Esse comportamento reflete diretamente no trabalho das empresas de geometria e balanceamento, que registram queda nas vendas.
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O proprietário da Auto Center Paquetá, Marcondes Hahn, diz que os clientes “estão andando até as últimas”. É cada vez mais comum ver carros, às vezes novos, com pneus velhos, gastos e até mesmo oferecendo risco de segurança aos seus ocupantes. Segundo o empresário, o comportamento do consumidor está bastante diferente nos últimos meses.
“O pessoal está tirando o pneu no arame [quando está tão gasto que aparece o arame]”, afirma Hahn. Ele diz que é muito comum ver pneus deslocados e que mesmo assim as pessoas continuam a circular. Além disso, quando chega ao limite, muitos acabam optando por pneus usados ou recauchutados em vez de novos. “Tem gente com carro de R$ 60 mil que chega aqui e pede quatro pneus usados”.
Na Paddock Auto Center, o cenário se repete. O proprietário Rodrigo Medeiros afirma que vê com frequência muitas situações críticas. Os principais problemas vão desde pneu com arame aparecendo até pneu com bolhas laterais ou com a banda de rodagem deslocada. Esse último problema, por exemplo, chacoalha todo o carro, porém, há quem ande assim por muito tempo antes de parar para uma troca.
Segundo Medeiros, esse comportamento tem se acentuado nos últimos meses. “O pessoal anda na última, ninguém mais troca os pneus de forma preventiva”, afirma. O gerente da Auto Center Guarani, Ederson Lemes, também diz que o número de trocas preventivas tem caído e, hoje, é ínfimo.
Revisão periódica é coisa do passado, na avaliação de Lemes. Muitos clientes ignoram completamente os prazos para fazer o check-up no veículo. “Antigamente, chegava na borracha e já trocava, agora, eles deixam aparecendo o arame”, diz. “O pessoal fazia a revisão preventiva, mas hoje nem isso”, completa. Na avaliação dele, menos de 10% dos motoristas mantêm as revisões periódicas em dia.
Apesar da situação verificada nas empresas empresas de geometria e balanceamento, o número de notificações dos agentes da Guarda de Trânsito de Brusque (GTB) é pequeno, segundo a Secretaria de Trânsito e Mobilidade.
Pneus devem ser trocados antes de chegarem ao limite
Especialistas alertam para o fato de que deixar de lado a revisão por causa do dinheiro por dar um alívio no bolso, mas é perigoso. Sem os pneus em condições perfeitas de rodagem aumentam as chances de acidentes nas estradas.
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) estabelece que os pneus dos carros não podem ter profundidade inferior a 1,6 milímetro nos sulcos (os frisos). Mas especialistas dizem que o motorista não deve esperar chegar a essa marca. Os componentes devem ser trocados bem antes disso para garantir a segurança do veículo.
Segundo o supervisor de engenharia de campo da Bridgestone, Gilberto Haviaras, com pneus com menos de 3 milímetros o carro já perde estabilidade. O veículo fica com dificuldade para fazer as curvas. Também aumenta o risco de aquaplanagem. Abaixo desse índice, o motorista já deve se preocupar em trocá-los. A medição pode ser feita em uma empresa especializada.
Gilberto diz que a vida útil do pneu é determinada pela relação da manutenção com a forma de uso do motorista. “Depende de vários fatores tais como: estilo de condução, alinhamento do veículo, condições de manutenção da suspensão, relevo, clima, condições de piso da via, entre outros”, observa o especialista.
Manutenção
Para evitar multas e riscos, o motorista deve revisar a situação dos pneus no máximo a cada 10 mil quilômetros, conferindo sempre balanceamento, geometria e situação da suspensão. Peças estragadas da suspensão comprometem o desgaste. Os especialistas também recomendam o rodízio dos pneus dianteiros com os traseiros a cada 10 mil quilômetros para evitar o desgaste desproporcional, já que os da frente costumam perder mais borracha do que os de trás.
Com informações de CanarinhoPress