Movimento acionará STF para mudar lei que não reconhece SC como berço da imigração italiana
Reunião para debater ações junto ao Supremo e à PGR será realizada no início da abril
O movimento “SC Requer a Correção do Erro Histórico” discutirá, junto ao presidente presidente da Assembleia Legislativa, deputado Julio Garcia, ações junto à Procuradoria Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar revogar a lei federal que reconheceu um município do Espírito Santo como berço da imigração italiana no Brasil, não São João Batista, que é considerado correto pelo movimento.
A reunião será realizada às 14h do dia 3 de abril, na Alesc. Estão confirmadas as participações, ao lado do coordenador do movimento, historiador Paulo Vendelino Kons, do desembargador Carlos Alberto Civinski, do prefeito de São João Batista, Daniel Netto Cândido, do procurador de Justiça Gilberto Callado de Oliveira, do deputado Altair Silva, do ex- procurador-geral de Justiça José Galvani Alberton e do presidente da Associação dos Descendentes e Amigos do Núcleo Pioneiro da Imigração Italiana no Brasil (Adanpib), José Sardo.
O movimento teve início em 12 de janeiro de 2018, data em que o Diário Oficial da União (DOU) publicou a lei federal 13.617/2018.
O historiador Paulo Vendelino Kons publicou uma nota técnica na qual afirma que “o Congresso Nacional e o presidente Michel Temer atribuíram, equivocadamente, ao município de Santa Teresa, no Espírito Santo, o título de “pioneiro da Imigração Italiana no Brasil”, que de fato pertence à Colônia Nova Itália, no município de São João Batista, Santa Catarina.
Segundo ele, os 186 pioneiros imigrantes italianos, que viriam colonizar e desenvolver terras brasileiras, aportaram em março de 1836, na baía norte da Ilha de Santa Catarina, no porto do Desterro, transportados pelo navio Correio.
E 132 destes imigrantes fundaram a Colônia Nova Itália, a pioneira da imigração italiana no Brasil, que ao longo de décadas recebeu também outras levas de imigrantes italianos.
A colonização italiana no Espírito Santo, conforme Kons, ocorreu 37 anos depois, a partir de 21 de fevereiro de 1874, quando o navio La Sofia chegou ao porto de Vitória, com 388 camponeses.