Movimento O Sul é o Meu País fará plebiscito em Brusque no dia das eleições municipais
Urnas serão instaladas a 100 metros das locais de votação oficial
Urnas serão instaladas a 100 metros das locais de votação oficial
Brusque será uma das cidades que receberá em 2 de outubro, dia das eleições municipais, o plebiscito que visa a separação da região Sul do Brasil. O Movimento O Sul é o Meu País, responsável pela iniciativa, espera colher aproximadamente 5 mil votos no município. Atualmente 960 cidades sulistas têm sede e comissões do movimento, no entanto, a pretensão é maior: levar o plebiscito a 1.191 municípios dos três estados até junho.
O presidente do movimento em Brusque, Celso Deucher, explica que serão usadas 15 urnas não eletrônicas nos seis maiores colégios eleitorais da cidade, a uma distância de 100 metros das urnas oficiais da Justiça Eleitoral. “Não é obrigatório, mas acreditamos que será bem tranquilo, até porque Brusque é uma das cidades que mais se mostra favorável à separação”.
Deucher afirma que 74% da população do Sul – 18 milhões de pessoas, apoiam a proposta, e que apenas 17% são contra. Em Brusque, segundo pesquisa realizada em 2014, a aprovação era de 82%, 8% de reprovação e o restante era de indecisos. “Muitas pessoas nem sempre acreditam que isso poderá se tornar realidade, mas nós estamos construindo metas para que dê certo”.
O presidente ainda diz que a luta é pacífica e demorada, podendo levar de dez a 20 anos para que obtenha reconhecimento. “Estamos percorrendo um caminho legal, para que a partir do momento que formos aceitos pela Unpo [ Organização das Nações e Povos Não Representados], possamos reivindicar os nosso direitos, sempre respeitando a Constituição brasileira”.
Uma equipe de cerca de 150 voluntários trabalha em ações para a realização do plebiscito. Na segunda quinzena deste mês, todos os sábados no Centro de Brusque e uma vez por mês nos bairros, acontecerão ações de divulgação. Distribuição de adesivos e palestras fazem parte da programação.
Presidente diz que representatividade do Sul é menor
São vários os aspectos apontados pelo Movimento O Sul é Meu País para a separação do Brasil: fatores políticos, econômicos, tributários, geográficos, culturais e sociais.
Deucher afirma que a representatividade parlamentar é um dos principais motivos. A constituição diz que são todos iguais perante a lei, no entanto, para ele, os mesmos dispositivos legais diminuem os moradores do Sul. “Cada estado da federação possui direito a três senadores. Em Santa Catarina, um senador representa 1,6 milhão de eleitores. Já cada senador de São Paulo representa 10,6 mil eleitores. No Acre um senador representa 166,6 mil eleitores. Mas no Congresso os senadores destes três estados têm exatamente a mesma representatividade. Isto faz que os eleitores de Santa Catarina e de São Paulo tenham valor muito menor do que um eleitor do Acre”.
O presidente do movimento ainda aborda a falta do retorno dos impostos para o Sul. Ele afirma que o cidadão paga muito aos cofres públicos e não pode contar com este valor revertido em serviços. Ele diz que entre 2011 e 2014 foram arrecadados R$ 501 bilhões na região e que o retorno foi de apenas R$ 119 bilhões.
Além disso, Deucher diz que a corrupção no país é um fator preponderante para que lutem pela separação. “Há uma imoralidade com o dinheiro público. Uma roubalheira descarada. Nos tornamos a indústria da corrupção, o Brasil é um grande circo onde o cidadão paga impostos altos e os bandidos estão soltos.
Queremos recomeçar um novo país, pois esse apodreceu”, afirma.
5 mil
é a expectativa de votos que o movimento espera receber em Brusque em 2 de outubro
O movimento
O Sul é Meu País foi fundado em 1992 em Laguna. Em Brusque está há 23 anos. É um movimento registrado e que possui CNPJ.