MP-SC investiga suposta cobrança indevida de taxa na escola Franscisco Mazzola
Inquérito visa apurar se foram solicitados valores aos alunos para compra de aparelhos de ar condicionado
Inquérito visa apurar se foram solicitados valores aos alunos para compra de aparelhos de ar condicionado
O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) está investigando, em inquérito instaurado no dia 5, uma suposta cobrança indevida de taxa na Escola Estadual Francisco Mazzola, em Nova Trento. A diretora da escola será intimada para prestar depoimento ainda neste mês.
Segundo informações anônimas que chegaram à 2ª Promotoria de Justiça de São João Batista, uma cobrança estaria sendo realizada aos alunos, no sentido de se obter recursos para compra de aparelhos de ar-condicionado. A cobrança, conforme consta no documento, teria partido de ordem da direção da escola.
O que motiva a promotora Kariny Zanette a investigar se isso é ou não verdadeiro é o fato de que aparelhos de ar-condicionado já haviam sido comprados em procedimento licitatório, quando da reforma da escola, finalizada no começo de 2013.
O Ministério Público não repassou ao Município Dia a Dia mais informações além dessas; portanto, não há dados em documentos que embasam a denúncia, nem de qual é a época em que essas eventuais cobranças foram feitas. Na escola, porém, ninguém está sabendo de nada.
A diretora da escola, Sandra Pinot Costa, recebeu a ligação da reportagem com surpresa. “Desconheço essa situação, não é uma prática da nossa escola”, garante. Ela diz que todas as salas têm ar condicionado e que, recentemente, a escola foi contemplada com mais três, mas “em nenhum momento entramos em sala para pedir dinheiro, não mandamos nada para casa dos pais”.
Sandra explica que a única forma de arrecadação de fundos vindos de alunos e pais é por contribuição espontânea, em carnê enviado três vezes ao ano, gerido pela Associação de Pais e Professores (APP). Solange Zancanaro, supervisora de educação da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Brusque, disse que a SDR não foi informada sobre o inquérito, mas reiterou a inexistência da cobrança aos alunos.
Uma aluna da escola confirma a versão. Ela desconhece ter sido cobrado dos alunos alguma taxa para compra de ar-condicionado. A estudante, que cursa o Ensino Fundamental, diz que existe uma contribuição espontânea, dos moldes citados pela diretora. Ela explica também que, às vezes, a escola se organiza para levantar fundos através da venda de crepe suíço, feita com colaboração dos estudantes. Cobrança direta de taxa para fim específico, contudo, não ocorreu, diz a aluna.
A diretora da escola será intimada a prestar depoimento ao MP-SC. Inicialmente, a data marcada é 17 de setembro. A SDR, apesar de ter se manifestado, não foi citada no inquérito pela promotora.