MPF ajuíza ação para que governo federal e de SC implantem imediatamente novos leitos de UTI
Ação civil pública protocolada nesta sexta-feira também requer contratação de médicos para lotação exclusiva no estado
Ação civil pública protocolada nesta sexta-feira também requer contratação de médicos para lotação exclusiva no estado
O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública contra o governo federal e do estado de Santa Catarina, com pedido de tutela provisória de urgência, para que implantem imediatamente novos leitos clínicos e em unidade de terapia intensiva (UTI). O objetivo é que a fila de pacientes em espera seja comprovadamente zerada no estado.
O MPF também quer que a governo federal lance imediatamente edital de contratação de médicos para o “Projeto Mais Médicos para o Brasil”. No caso, que seja para lotação exclusiva de profissionais em Santa Catarina.
Segundo a ação, a insuficiência do número de leitos no estado de Santa Catarina, que deixa a assistência deficiente à saúde, é fato oficialmente reconhecido pela Secretaria de Estado da Saúde.
Conforme dados dos boletins elaborados pela Secretaria em 4 de março havia 280 pacientes aguardando transferência para leitos de UTI. Nesta quarta-feira, 10, já eram 419.
Ainda de acordo com o MPF, os dados de ocupação de leitos clínicos (enfermaria) na rede pública do estado não são melhores que os de leitos de UTI. A ação aponta que há constante fila de espera de pacientes para obtenção desses leitos.
Além disso, a fila de espera persiste mesmo com “leitos” clínicos improvisados. Estes, com pacientes sendo acomodados em cadeiras, poltronas ou mesmo em bancos nos corredores das unidades hospitalares e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do estado.
Segundo relatórios produzidos pela Gerência Estadual de Regulação de Leitos Hospitalares, no dia 9, havia 80 pacientes aguardando leitos clínicos.
Segundo o MPF, também há a falta de profissionais de saúde, em especial de médicos, que atuem na assistência de pacientes internados.
A ação usa o caso de Xanxerê. Na cidade, o prefeito editou decreto que pediu serviço de profissionais de saúde da rede privada para o atendimento de pacientes com Covid-19, no Ambulatório de Campanha da Secretaria Municipal de Saúde e no Hospital Regional São Paulo.
Já Chapecó ingressou com ação contra o Conselho Regional de Medicina (CRM) de Santa Catarina. Para que médicos atuem na rede de saúde do município, foi requerida a expedição de licença provisória, ou que o CRM se abstenha de exigir licença para o exercício da medicina, ou prova da revalidação de diplomas expedidos por instituições estrangeiras a médicos brasileiros ou estrangeiros.
O MPF também requer que o governo federal contrate imediatamente profissionais de saúde de todas as áreas necessárias. Sejam médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, técnicos de enfermagem. Eles atuariam para reforçar o quadro de trabalhadores atualmente disponível no estado.
Especificamente quanto aos médicos, a ação pede ainda a imediata contratação de profissionais pelo “Projeto Mais Médicos para o Brasil”. Inclusive de médicos estrangeiros e de brasileiros formados no exterior, para atuação específica em Santa Catarina.
Nesse ponto, o MPF sustenta que deve ser dado tratamento isonômico com o estado do Amazonas. No mês de janeiro, o estado recebeu 160 médicos contratados pelo projeto.
Os procuradores da República que assinam a ação querem ainda que a União e o Estado de Santa Catarina apresentem relatórios, a cada dois dias, indicando o número de leitos clínicos e de UTI que foram efetivamente implantados a cada dia.
Neste controle, ainda segundo a ação, deve conter a unidade de saúde em que estão funcionando. Além de apresentar relação atualizada de pacientes em fila de espera de leitos.
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