Mudança de sede da final da Libertadores frustra flamenguistas de Brusque

Presença certa no Estádio Nacional do Chile tornou-se transtorno e missão impossível rumo ao Monumental U, no Peru

Mudança de sede da final da Libertadores frustra flamenguistas de Brusque

Presença certa no Estádio Nacional do Chile tornou-se transtorno e missão impossível rumo ao Monumental U, no Peru

O Flamengo enfrenta o River Plate na final da Libertadores no sábado, 23, às 17h no estádio Monumental U, em Lima, mas a mudança da sede em cima da hora quando o jogo estava programado para ser disputado no Estádio Nacional do Chile estragou os planos de muitos rubro-negros, inclusive brusquenses.

Mudança de cidade-sede

O problema começa com a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) decidindo que a final de sua principal competição de clubes seria disputada em jogo único. Apenas a Champions League, na UEFA, utilizava o mesmo modelo de final, com confrontos em duas partidas sendo disputados na África, na Oceania, na Ásia e nas Américas do Norte, Central e Caribe. A cidade-sede era Santiago, capital do Chile, conforme anúncio em 14 de agosto.

No entanto, o país andino vivia e vive tensões políticas fortes, com milhões de manifestantes protestando com pautas como custo de vida, custo do transporte metroviário de Santiago, o modelo previdenciário e o sistema econômico neoliberal. O governo chileno assegurou que não haveria problemas para a realização da final da Libertadores, mas a pressão era insustentável.

Em 5 de novembro, a 18 dias da final, a Conmebol anunciou a mudança da sede para o Monumental U, em Lima, capital peruana. O estádio é o do Universitario, um dos maiores clubes do país.

Transtornos flamenguistas

O empresário Andrei Paza havia fechado pacote com hotel e ingresso uma semana antes da histórica goleada do Flamengo sobre o Grêmio por 5 a 0, na volta das semifinais. A ideia era passar uma semana na capital chilena com a esposa.

Apesar do transtorno, o flamenguista afirma que aprova as finais únicas, reconhecendo as peculiaridades sul-americanas. “É uma festa só, o evento fica maior. Tudo gira em torno desta final única. Mas claro que é diferente da Europa, por causa a estrutura. E há menos cidades, menos locais que podem abrigar este tipo de jogo”, comenta.

O hotel chileno não fez o reembolso, mas disponibilizou o valor como crédito para reserva em uma viagem futura. Paza tenta viabilizar com amigos a ida à Lima, mas o custo pode impedir.

Sites de reservas têm passagens com preços começando acima dos R$ 7 mil, ultrapassando valores de viagens a vários países da Europa. Algumas passagens têm preços semelhantes àquelas com destino ao Catar, onde a final do Mundial de Clubes será disputada em 21 de dezembro.

Colunista de O Município, o flamenguista Fernando Lauritzen pensou em comprar a passagem, mas está desistindo por causa do preço. “Eu já tinha o ingresso por ser sócio-torcedor, mas não tive como ir”, explica.

Para Lauritzen, a final única é inviável na América do Sul. “É diferente da Europa, o transporte é mais difícil, não existe uma malha ferroviária, o poder aquisitivo da população é menor.”

O bancário Alessandro Cervi programou suas férias em função da final que seria realizada em Santiago. As passagens já haviam sido compradas bem cedo, em meio às quartas de final contra o Internacional, por menos de R$ 1,5 mil. Com amigos e outros torcedores, ele dividiria um apartamento disponível na plataforma Airbnb, e o ingresso estava garantido.

“Com o Airbnb, consegui cancelar sem custos. Com a companhia aérea, estou em um rolo até agora. Esperava uma resposta em 48 horas, mas já passa de uma semana. Até se cogitava a possibilidade de transferir para uma passagem para Lima, só que estão muito caras. Vou ver se vou em algum jogo do Campeonato Brasileiro, pra não deixar as férias em branco.”

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo