Mudanças no Minha Casa, Minha Vida devem aquecer vendas em 2017

Agora, o valor máximo de financiamento no município passou de R$ 145 mil para R$ 160 mil

Mudanças no Minha Casa, Minha Vida devem aquecer vendas em 2017

Agora, o valor máximo de financiamento no município passou de R$ 145 mil para R$ 160 mil

O governo federal anunciou na semana passada as novas regras do programa Minha Casa, Minha Vida. Com as mudanças, mais pessoas terão acesso ao financiamento da casa própria e, com isso, o governo espera que haja um aquecimento no setor da construção civil, um dos que mais sofre com a recessão.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário de Brusque, Guabiruba, Botuverá e Nova Trento (Sinduscon), Fernando José de Oliveira, também espera uma melhora do mercado devido às mudanças. “Apesar de haver previsão de crescimento na economia a partir do segundo semestre, as novas regras são um sinal positivo com expectativa de que as pessoas vão comprar a casa nova, sem medo de assumir um compromisso”.

Ele afirma ainda que a medida veio em boa hora e que o mercado imobiliário deve aquecer instantaneamente. “Em 2016 o crédito bancário estava mais restritivo e ninguém compra imóvel à vista, a maioria depende de financiamento e se tem financiamento, tem impacto positivo, já que a construção civil é uma das locomotivas da economia”, diz.

No ano passado, a Caixa liberou R$ 56 milhões de financiamentos somente em Brusque e outros R$ 7 milhões em Guabiruba. Em Brusque, o valor máximo do imóvel para enquadramento no programa Minha Casa, Minha vida até o ano passado era de R$ 145 mil e, agora, passou para R$ 160 mil. O trabalhador também pode utilizar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para adquirir um imóvel, pois o fundo é o financiador do programa.

Para o coordenador do Núcleo das Construtoras da Associação Empresarial de Brusque (Acibr) e proprietário da KRCOM Empreendimentos, Valter Orlandi, as mudanças vão beneficiar todo o setor da construção civil. “Acredito que liberando as regras para famílias com uma renda maior, ou seja, de R$ 6,5 mil para R$ 9 mil, um número maior de pessoas será favorecida, sem contar que obras paradas poderão ser reiniciadas”, opina.

A Moratta é associada ao Sinduscon e atualmente 20% dos imóveis da construtora que estão à venda são financiados pelo programa. Segundo Maiara Valiati, do departamento comercial, a empresa sentiu uma redução na velocidade das vendas dos seus imóveis no ano passado, mas espera que o aumento no valor dos financiamentos do MCMV ajude nas vendas dos empreendimentos em 2017. “A expectativa é a melhor possível, onde esperamos vender todos os imóveis que podem ser financiados pelo Minha Casa Minha Vida, pois essa adequação garantirá qualidade e pagamento facilitado”, declarou Maiara.

Esperança de bons negócios

Para as imobiliárias, as novas regras também são vistas como esperança de bons negócios. O gerente comercial da Smaniotto Imóveis, Ricardo Bernz, diz que a imobiliária já começou sentir uma procura maior por imóveis imediatamente após o anúncio do governo federal. “As pessoas estão mais interessadas, porque agora temos uma diferença de R$ 15 mil do valor máximo para o financiamento, a primeira vista pode não ser muito, mas na situação difícil que estamos, as pessoas não conseguem juntar R$ 5 mil para dar entrada. Agora, já podemos enquadrar mais imóveis dentro do programa”.

Ele ressalta que as mudanças serão positivas e trarão benefícios, sobretudo, para os clientes. “Acredito que a partir do segundo semestre, com as pessoas sabendo do novo valor, teremos um mercado mais movimentado”, diz.

A corretora Sheila Fantoni também vê as alterações com bons olhos. Para ela, as mudanças vão aquecer o mercado imobiliário. “Embora houve um acréscimo nas taxas de juros, as expectativas são positivas, pois com o aumento do valor do limite do imóvel para R$ 160 mil e o aumento da faixa de renda, o programa vai conseguir atender uma quantidade de pessoas maior a terem acesso ao plano do governo”.

Quem também acredita em melhora das vendas com as mudanças do programa habitacional é o proprietário da Imobiliária Atual, Inácio Allein. Ele diz que no ano passado, a procura pela casa própria foi baixa, mas espera que a partir do segundo semestre deve melhorar. “Acredito que são mudanças que vão beneficiar a médio e longo prazo”.


Entenda as mudanças

As famílias com renda de até R$ 9 mil poderão aderir ao programa Minha Casa, Minha Vida e comprar a casa própria com juros mais baixos que os de mercado. Pelas regras atuais, o limite máximo de renda para participar do programa é de R$ 6,5 mil;

Com condições diferentes e quatro faixas salariais, o programa funciona de acordo com a renda familiar, e oferece subsídio maior e juros menores para a compra da casa própria pelas famílias de renda mais baixa;

Atualmente existem quatro faixas de renda: a faixa 1 é voltada para as famílias mais pobres, com renda bruta mensal de até R$ 1,8 mil – nesse grupo não vai ter alteração;

As mudanças vão ocorrer na faixa 1,5 onde a renda hoje é de R$ 2.350 e vai subir para R$ 2,6 mil. Na faixa 2, o teto vai passar de R$ 3.6 mil para R$ 4 mil e na maior faixa de renda, que é a 3, passa de no máximo R$ 6,5 mil para R$ 9 mil.

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