Mulher adota três filhos da irmã falecida no Ponta Russa
Denise Ferreira de Oliveira e o esposo, há quase dois anos cuidam com amor e zelo dos sobrinhos
Em meio à tristeza da perda, só o amor dá forças para recomeçar. Foi com esse sentimento que a monitora escolar Denise Ferreira de Oliveira, 36 anos, moradora do bairro Ponta Russa, adotou os três filhos da sua irmã Denez Alves de Oliveira, falecida em maio de 2015 com 32 anos, após complicações decorrentes da gravidez.
Denise e o marido, o metalúrgico Nazareno Prim, 50, já tinham três filhos: Alisson, 9, Alice, 6 e Arthur, 3. Porém, após a guarda provisória concedida pela Justiça a pedido deles, Leonardo, 17, Michele Cristina, 7 e Nicolas, 2, filhos de Denez e de pais diferentes, passaram a integrar a família.
A monitora escolar, que tem apenas mais uma irmã que mora em Lages, conta que as crianças sofreram uma pressão grande ainda no velório da mãe, já que parentes de segundo grau queriam adotá-los.
No entanto, Denise considerou ter mais condições e proximidade com eles e decidiu que aceitaria esse desafio transformador em sua vida. “Não convivíamos muito, mas nos dávamos bem. O amor que sentia por eles, esse vínculo, me deu forças para adotá-los. Eu pensava: se eles fossem para um orfanato ou para algum lugar fora do Brasil, não iria me perdoar”, conta.
De lá para cá, os integrantes da “grande nova” família vêm aprendendo e se adaptando juntos. As mudanças foram muitas, desde a ampliação nos quartos, na mesa da cozinha, na troca de uma camioneta por uma Kombi, até na educação dos filhos biológicos. “Teve um momento que um dos meninos disse que o quarto era somente dele. São coisas que doem. Mas na hora eu já falei que não, que tudo era nosso. Nós somos uma família”, diz.
Danise e suas irmãs foram criadas pelos avós, e posteriormente, após a morte deles, pelos tios. Por isso, ela quer “fazer o impossível” para dar desde amor e carinho, até brinquedos e conforto. “O que eu faço pelos meus filhos, farei com os meus sobrinhos. Tenho certeza que a minha irmã está feliz, no lugar que ela está, por ver que estamos cuidando deles”.
Amor é o pilar
Denise diz que às vezes é preciso “dar uns gritos” com os pequenos, pois é necessário para a educação. Porém, no lar, o que mais se tem é amor. “Aqui não falta amor, e tendo amor temos tudo, pois ele é fundamental, é o pilar, do resto a gente corre atrás”. Ela aguarda o andamento do processo judicial para obter a guarda definitiva das crianças. “Quero agradecer ao Conselho Tutelar que sempre nos ajudou com os trâmites burocráticos e a todos os brusquenses, que nos ajudaram com alimentos e roupas”.
Mesmo tímidos, os irmãos Michele e Leonardo contaram que estão felizes vivendo no novo lar. “Eu gosto dos meus irmãos. Aqui é tão bom”, diz Michele. Já Leonardo afirma que no começo “é estranho”, mas que aos poucos se acostumou e que agora se sente feliz na nova casa.