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Multinacional Fluidra confirma transferência para Itajaí, mas garante manutenção de empregos

Segundo empresa, mudança foi necessária porque prefeitura não disponibilizou terreno adequado

A Fluidra Brasil, multinacional do ramo de piscinas, confirmou que está em processo de transferência de suas atividades de Brusque, nos bairros Guarani e Limoeiro, para Itajaí. Conforme posição oficial da empresa informada a O Município, a mudança se deve porque, ao buscar junto à Prefeitura de Brusque um terreno para ampliação das operações, não obteve sucesso.

Ainda em fevereiro, a multinacional alugou um espaço industrial no município vizinho, que já está sendo adaptado. As obras devem ser concluídas em até cinco meses. O novo endereço estará a cerca de 24 quilômetros da unidade do Guarani e a 12 quilômetros da unidade do Limoeiro.

“A preocupação foi ficar o mais próximo de Brusque possível. Não houve uma negociação com a Prefeitura de Itajaí, a empresa simplesmente saiu em busca de um local que lhe desse as condições necessárias”, posicionou-se a empresa via e-mail.

Segundo a Fluidra, o novo espaço em Itajaí tem 50 mil m², o que permite dobrar a área industrial imediatamente. O local conta com mais de 10 mil m² de área construída e mais de 30 mil m² disponíveis para investimentos futuros.

A empresa emprega, em Brusque, 87 pessoas nas duas unidades. Mas, ainda segundo a multinacional, ninguém será demitido e a Fluidra arcará com o transporte de Brusque a Itajaí.

“Logo que a Fluidra tomou a decisão da mudança de endereço das unidades, reuniu-se com os funcionários e afirmou seu compromisso de minimizar o impacto dessa mudança o quanto possível”, garante a empresa.

Sindicato preocupado
A perda econômica para o município foi discutida em uma reunião do Fórum de Entidades Sindicais de Trabalhadores de Brusque e região com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Brusque, João Beuting.

O tema foi levantado pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Brusque (Sintimmmeb), José Isaías Vechi. Ele foi procurado pelo diretor da Fluidra na América do Sul, Paulo Félix, e outros integrantes da alta cúpula da empresa, que falaram sobre a transferência para Itajaí.

Entre os motivos, está a necessidade da empresa de expansão e unificação para uma única unidade de produção. Diretores da multinacional haviam procurado a prefeitura no início de 2017 para que fosse cedido um terreno de 200 mil m². Beuting diz que como não seria possível arcar com um terreno deste tamanho e, portanto, foi oferecido um de 100 mil m².

Segundo Beuting, a Fluidra também exigiu na ocasião que fosse encontrado um investidor que construísse o galpão da empresa. “Isso, em termos jurídicos, é problema para nós”, frisou o secretário.

No entanto, a empresa garante que não houve exigência em relação ao galpão. “Vale ressaltar que a Fluidra, globalmente, não tem como estratégia investir em imóveis, entendo que o seu core business é ser provedor de soluções para piscinas, tratamento de águas, condução de fluidos e irrigação. Por isso não adquire imóveis, somente aluga. Então caso fosse encontrada uma área em Brusque, a Fluidra buscaria alguém (pessoa jurídica ou física) disposto a construir e locar o imóvel. Ou seja, essa não foi uma imposição da empresa à prefeitura, seria uma iniciativa da própria Fluidra”.

O coordenador do Fórum de Entidades Sindicais de Trabalhadores de Brusque, Jean Carlo Dalmolin, explica que a entidade quis se envolver no assunto por conta da ameaça aos empregos. “O que queremos como representantes dos trabalhadores é que se tenha emprego na cidade. Por isso, nossa preocupação está em fazer com que ela se mantenha aqui.”

A multinacional
A Fluidra tem sede em Sabadell, na Catalunha, Espanha. Em 2013, comprou a empresa brusquense Veico. A matriz brasileira está localizada em Brusque desde então. A multinacional está presente em 45 países e possui mais de 4 mil funcionários.

Colaboraram Cristóvão Vieira e João Vítor Roberge