Há 44 anos, Vaneide Rosa de Jesus tem na máquina de costura sua companheira. Ela aprendeu o ofício aos 16 anos, ainda em São Paulo, em casa. No início, fazia apenas peças simples. Depois, quando foi trabalhar em uma fábrica de roupa íntima, aprendeu a mexer com máquinas profissionais.
Mudou-se para Brusque há 24 anos. Chegou na cidade para exercer sua profissão também em uma fábrica de moda íntima, a convite de uma amiga, que era modelista e estava desenvolvendo uma coleção para esta empresa.
Vaneide foi a responsável por treinar as demais costureiras para desenvolver as peças. Depois, trabalhou fazendo amostras de pijamas até receber um convite para ser costureira na Warusky. Lá, está há 20 anos.
Sua rotina na empresa inicia bem cedo, às 5h da manhã, e encerra às 13h30. Durante a tarde, faz facção em casa ao lado da filha, que também aprendeu o ofício. Desta forma, a costura se mantém ainda mais presente em sua vida.
Tradição na passarela
Vaneide já é figura carimbada na passarela do Desfile das Costureiras, promovido pelo Sintrivest junto com Senac, Ampebr, Unifebe e Sindivest. Sempre que pode, ela faz questão de participar do evento e viver um dia diferente, como modelo.
“Acho o evento bem legal, só não participei durante dois ou três anos. É um momento diferente, que a gente se sente especial e valorizada”, afirma.
Nesta sexta-feira, 26, Vaneide vai desfilar com uma roupa produzida por ela mesma totalmente do zero. E a produção tem um detalhe ainda mais especial: sua neta, de 15 anos, é quem fez o desenho do vestido que será usado por ela na passarela.
“Eu falei mais ou menos como eu queria e ela fez o desenho. Ela desenha muito bem, mas ainda não sei se vai querer seguir nesta área, pois ainda é muito jovem”.
Vaneide afirma que tem mais facilidade em produzir peças para outras pessoas do que para ela mesma. “Para os outros é sempre mais fácil. Faz e dá tudo certo, fica bom. Agora pra gente já é diferente. Acho mais complicado”, destaca.
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