“Não dá pra explicar, ninguém acredita ainda”, afirma filho de prefeito assassinado em Imbuia
João Schwambach, de 59 anos, tinha dois filhos e quatro filhas
João Schawambach, prefeito de Imbuia assassinado nesta quarta-feira, 8, em frente à prefeitura da cidade, está sendo velado nesta quinta-feira, 9, na Igreja Evangélica de Confissão Luterana Samambaia. Paróquia, aliás, que ele mesmo ajudou a construir quando foi diretor da igreja luterana do município.
Schawambach sempre participou ativamente do grupo evangélico, desde pequeno, quando era levado pelo pai. Lá foi onde surgiu a ideia de entrar para a política, conta o filho mais velho, Valdonir Schwambach, de 40 anos. “Como ele começou a conhecer muita gente, e gostavam dele, todos pediam pra ele se candidatar e ele foi”. A primeira eleição foi em 1992, quando recebeu 7% dos votos e se tornou um dos oito vereadores do município.
Na eleição seguinte, em 1996, novamente se candidatou e dessa vez foi o mais votado da cidade. A carreira política seguiu e ele foi por duas vezes vice-prefeito, antes de ser eleito prefeito em 2016, mandato que seguia até o momento. “Ele estava pensando em reeleição esse ano. Ele era muito querido e queria continuar trabalhando pela cidade”, afirma o filho.
Paralela à vida política, João Schawambach, assim como grande parte dos moradores de Imbuia, era agricultor. Ele plantava cebola, onde tinha ajuda do outro filho do primeiro casamento. “Meu pai e meu irmão ficavam na plantação de cebola, eu trabalho no cultivo de fumo. Sempre fomos uma família da roça”, declara com orgulho Valdonir.
Além dos dois filhos homens, que são do primeiro casamento, o prefeito tinha outras quatro filhas com a atual esposa. Valdonir conta que as duas famílias eram praticamente a mesma, pois eram unidos pelo pai, que sempre ensinou a fazer o bem para todos. “Não dá pra explicar, entender porque isso aconteceu. A única pessoa que poderia dizer mesmo é quem matou ele. Porque ninguém acredita ainda”, completa.
Investigações do crime
A Polícia Civil já iniciou as investigações do crime. Em entrevista à rádio Sintonia, de Ituporanga, o Delegado Regional Valério Farias, responsável pelo caso, informou que as primeiras informações apontam, principalmente, para um homicídio por motivo fútil.
Segundo relatos de conhecidos e testemunhas, o suspeito de 76 anos, teria discutido com o prefeito na manhã desta quarta-feira, 8, por conta de uma obra de alargamento da estrada que dá acesso à comunidade Bracatinga. Para esta obra, pés de eucalipto, da propriedade do suspeito teriam que ser derrubados.
O homem está internado em estado grave em um hospital de Ituporanga. Após cometer o crime, ele teria saído da frente da prefeitura e atirado na própria cabeça, tentando suicídio. O filho dele foi quem o socorreu e encaminhou para atendimento médico. A arma utilizada no homicídio foi encontrada na casa do suspeito.
Câmeras filmam o homicídio
Segundo a Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, câmeras de segurança da prefeitura filmaram o crime. O homem que matou o prefeito estacionou uma Ford Ecosport ao lado da Toyota Hilux do prefeito. Ficou no local por cerca de 10 minutos até que a vítima apareceu.
Neste momento, o prefeito olha para o carro do suspeito, como se tivesse sido chamado e é atingido por dois disparos de arma de fogo no peito. Ele corre por alguns metros para o lado da prefeitura, mas logo cai no local onde o corpo foi encontrado. A Ecosport então é gravada saindo do local.