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Não dê esmola. Ajude a criar oportunidade!

Penso que todos os que andam pelas ruas da nossa cidade já depararam com essas duas frases, nos semáforos. Mas, o que dizer delas? Vamos refletir um pouco. Claro, que aqui nesse limitado espaço jornalístico não é possível fazer grandes considerações. Todavia, tentarei oferecer algumas ideias para futura reflexão de cada um (a), se já […]

Penso que todos os que andam pelas ruas da nossa cidade já depararam com essas duas frases, nos semáforos. Mas, o que dizer delas? Vamos refletir um pouco. Claro, que aqui nesse limitado espaço jornalístico não é possível fazer grandes considerações. Todavia, tentarei oferecer algumas ideias para futura reflexão de cada um (a), se já não a fez.

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Como entender a palavra “esmola”. Sabemos que a Bíblia, Palavra de Deus, fala com frequência dela. E a coloca como um dos remédios contra as raízes profundas das tendências perigosas e perniciosas, capazes de destruir a nossa vida, como a ganância, usura, espírito de acúmulo de bens materiais, etc. É sempre associada ao jejum e a oração. A Igreja fiel a essa perspectiva sempre a prezou e a promoveu de muitas maneiras. E fez bem a muitas pessoas carentes e famílias e até a comunidades inteiras.

Todavia, ao longo da História, sua noção e expressão efetiva se modificaram. Hoje, a esmola não pode ser mais vista, apenas, como um gesto de tomar um “trocado” (em moeda ou outra coisa) estender a mão e dar a alguém carente pedinte. A não ser em casos de extrema necessidade. Hoje, ao contrário, é bom até não favorecer esses tipos de solução de necessidades. Mas, de auxiliar na criação de outras “alternativas” (por exemplo: centros comunitários) de solucionar os mesmos problemas. Dessa forma, quem quiser fazer a “experiência de dar esmola” faz sua oferta em lugares adequados e devidamente autorizados a receber e endereçar esses donativos às pessoas alvos do donativo (esmola).

Então, não se trata, somente, de uma proibição pura e simples – “não dè esmola” – o que seria uma “poda” drástica e inoportuna de uma “tradição” milenar de cunho social e espiritual que já fez muito bem a inúmeras pessoas, famílias e comunidades. Por isso, o acento está na segunda frase: “Ajude a criar oportunidade”. Penso que o início desse processo está na própria palavra “esmola”. Por quê? É oportuno começar do que já existe, isto é, a tradição milenar: “dar esmola”, já arraigada na população. Então, vamos educar, teórica e praticamente, para uma nova noção, novo conceito de “esmola”. Acentuando o sentido desolidariedade/fraternidade/responsabilidade social de cada ser humano.

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Evidente que só essa medida educacional não é suficiente. Aí, que entra a estratégia da segunda frase – “ajude a criar oportunidade”. Aqui, sem dúvida, tem que necessariamente existir a parceria entre a Administração Pública, as Entidades Privadas, as várias tendências religiosas e a população. De fato, aqui tem lugar o verbo “criar”. O Poder Público tem que colocar como parte do seu Plano de Governo e direcionar sua ação para a criação de ”centros” devidamente aparelhados para essa finalidade, envolvendo Entidades de todos os matizes e à população em geral para buscar a solução almejada: promover a vida e as pessoas necessitadas da Comunidade.

Penso que seja um processo longo e permanente numa comunidade humana. Todavia, seria uma verdadeira “revolução” (re-volver = mexer), uma mudança, transformação, sem “sem quebrar tradições, hábitos milenares”, redimensionando e dando nova significação e sentido. Talvez não iria dar todas as repostas, nem satisfazer todas as pessoas, todavia, seria melhor solução do que o “espetáculo” degradante e humilhante que se vê todos os dias em nossa cidade. O que, o caro leitor e a estimada leitora, pensa a respeito?