Não há solução fácil e rápida, afirma Latina Têxtil sobre fumaça expelida pela empresa
Empresa ainda busca método eficiente para reduzir fumaça, que é alvo de reclamação de vizinhos
Cerca de três meses após O Município noticiar a insatisfação de moradores da rua São Leopoldo com a fumaça e a fuligem expelida pela Latina Têxtil, a empresa ainda está em busca de formas para acabar ou minimizar a emissão de fumaça, causada pelos processos industriais do têxtil.
Desde então, de acordo com a empresa, mais de uma dezena de empresas especializadas e instituições de ensino foram procuradas para oferecer soluções que visem diminuir a emissão de fumaça. Para esta quinta-feira, 29, uma reunião está marcada com membros da comunidade para que sejam apresentadas as medidas tomadas.
Segundo o diretor-presidente da Latina, Mauricio Jativa, a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) foi chamada logo após as reclamações para avaliar as condições da empresa. Ele ressalta que o órgão ambiental emitiu um laudo no qual garante que tudo está em ordem, que não há toxicidade na fumaça expelida pelas chaminés da empresa.
Entretanto, isso por si só não resolve o problema da fumaça, que, apesar de não ser tóxica, causa incômodo aos vizinhos.
“Estamos muito preocupados com esse assunto, queremos o bem estar das pessoas, a gente sempre primou pelo bom relacionamento. Queremos que eles tenham uma tranquilidade e o bem estar na sua moradia”, afirma Jativa.
“Infelizmente, todas as indústrias têxteis, nos seus processos, emitem essa fumaça. Se olhar outras empresas similares à nossa, vão ver que tem isso. Pena que estamos inseridos em uma região que tem vizinhança muito próxima a nós”.
Segundo o empresário, não há uma solução fácil e rápida para o caso. Há diversos estudos e propostas que estão sendo analisados pela empresa, mas que precisam ser testadas.
Medidas para solucionar problema
A empresa afirma que, nos últimos tempos, a fumaça expelida foi reduzida. Entre as ações executadas para reduzir a fumaça, foram modificados processos de produção.
A Latina afirma que entrou em contato com fornecedores de matéria prima para pedir produtos customizados, com menor quantidade de óleo. Isso porque o fio utilizado ganha um banho de óleo para que consiga entrar no tear. Esse óleo, em alta temperatura, é o que solta a fumaça que incomoda os vizinhos.
Serviços que eram feitos na matriz da empresa também foram terceirizados, de forma que se reduzisse a fumaça expelida durante o processo de produção.
Foram procuradas ainda instituições como a Unifebe, a UFSC e o Centro Técnico Têxtil do Rio de Janeiro, com objetivo de que estes possam auxiliar na resolução do problema.
Da UFSC veio a alternativa mais viável, que ainda não foi testada. Trata-se de um sistema para desviar das chaminés a fumaça que por elas seria expelida.
No processo em questão, a fumaça seria canalizada e desviada para um equipamento que faça a queima, em vez de ir diretamente para a chaminé, um processo conhecido como pós-queima. Nesse caso, ela seria eliminada e não haveria mais desconforto aos moradores.
“Isso nao é um projeto que já existe, está sendo desenvolvido”, explica Mauricio Jativa, “está sendo avaliado com os fornecedores para que eles atestem se o processo de pós-queima pode ser feito e se é seguro”.
De acordo com ele, a implantação desse sistema depende da avaliação dos fabricantes dos equipamentos que a Latina usa, para saber se esses equipamentos estão aptos a esse processo de pós-queima.
Enquanto isso não acontece, o empresário pede a compreensão da comunidade vizinha da empresa, pois, segundo ele, a solução virá gradativamente, e não de uma hora para outra.