“Nasci de novo”, diz guabirubense que estava próxima do local da queda de aeronave
Letícia foi registrada no vídeo que mostra acidente aéreo em Guabiruba
Letícia foi registrada no vídeo que mostra acidente aéreo em Guabiruba
Na manhã deste sábado, 25, a terapeuta Letícia Schaefer, de 31 anos, fazia uma caminhada pelo Centro de Guabiruba. Ela, que passa sempre pelo local, jamais poderia imaginar que presenciaria a queda de um avião monomotor. O momento foi registrado em vídeo.
Letícia explica que saiu de casa por volta das 9h40, no bairro Guabiruba Sul. Ela relata que passa com frequência pela rua José Julio Schumacher. “Eu vou e volto pelo mesmo caminho, às vezes faço caminhadas por trajetos alternados”, conta.
Segundo Letícia, este sábado já era um dia atípico, pois sempre caminhava com o celular. Nestes momentos, ela diz que escuta música alta e normalmente não presta atenção em barulhos externos, como os de carros.
Entretanto, neste sábado ela saiu sem o celular e caminhou sem música, sem distração. Então, aproveitou para realizar a prática do Hoʻoponopono, uma filosofia havaiana antiga, que tem como foco a reconciliação e o perdão através da repetição de frases curtas.
“Pensei comigo, já que estou sem o celular vou fazer Hoʻoponopono. Comecei a fazer e são 108 vezes, subi o morro e quando estava finalizando o avião caiu atrás de mim”, diz.
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Letícia, que no momento estava de costas, diz ter escutado o barulho, mas não sabia que era o barulho de monomotor. “Achei que era um carro. Só quando viu os destroços percebi que era um avião”, diz. Foi um grande susto.
Ela conta que ficou sem reação, com medo de chegar perto e ver uma cena horrível, ou da aeronave explodir. Segundos depois, presenciou uma das vítimas sair de dentro da aeronave. “Aí fiquei mais chocada ainda, nós três nascemos de novo”, comenta.
A guabirubense conta que ficou assustada e trêmula. Em seguida um casal parou no local, outras pessoas começaram a chegar e ela voltou para casa, aos prantos. Quando chegou, mais calma, tomou um banho e ficou bem.
“Foi um sinal de que nunca estamos sozinhos”, aponta. “A vida é um sopro. A gente fala da boca para fora, mas quando a gente passa por isso temos uma noção do que se trata. Nasci de novo. Agora, tenho que comemorar a vida duas vezes”, completa.