Natação Brusque alcança objetivo e reúne mais crianças na prática do esporte
Novos talentos podem ser selecionados para a equipe de rendimento, que possui dificuldades financeiras
Três meses depois do anúncio oficial do projeto que uniu a Associação Brusquense de Amigos e Incentivadores da Natação (Abain) com academias e outras equipes do município para incentivar o esporte, os resultados têm sido satisfatórios, com mais crianças praticando a natação. Enquanto a base tem sido reforçada como novos interessados, a equipe de rendimento ainda sofre com a falta de recursos para participar de competições como gostaria.
Atuando nas academias Viva, CCN e Gaivota, os professores Leonardo Ristow, André Marinho e José Armando Vásquez Soto, o Bay, atendem crianças e jovens de diversas idades com aulas a mensalidades reduzidas: R$ 60.
Veja também:
Histórico: Brusque vence Hercílio Luz e está pela primeira vez nas oitavas da Série D
Conheça os vencedores da 26ª Fenajeep, que chegou ao fim no domingo, 23
Prefeitura de Brusque notifica empresas que tiveram sua inscrição suspensa por irregularidades
São cerca de 20 crianças por academia que participam do projeto de popularização da natação nas academias. “Tem dado certo. A procura existe por parte das crianças. Antes, a natação estava meio parada em Brusque”, avalia Bay.
A ideia é que, com o aumento na quantidade de crianças praticando, seja mais fácil encontrar nadadores em potencial para a equipe de alto rendimento, que participa das competições representando Brusque. “O apoio das academias é fundamental. Elas estão dispostas a ajudar, e as piscinas são adequadas. É uma pena que não tenhamos uma piscina municipal, poderíamos estar com muito mais pessoas praticando, muito mais atletas.”
Valores
O professor Leonardo Ristow, que trabalha com a iniciação das crianças, afirma que o projeto tem sido aprovado por academias e também pelos pais. Ele afirma que o objetivo não é necessariamente formar atletas, mas que é possível enxergar quem tem mais disposição e potencial para se dedicar de uma forma mais exigente.
“Conseguimos identificar quem está interessado na parte de rendimento, e então estas crianças passam a fazer parte da equipe. Ficamos orgulhosos de ver as piscinas cheias, com as atividades que nós desenvolvemos. Tínhamos medo de não conseguir dar conta da demanda, mas tudo está fluindo bem”, comenta.
Ristow destaca ainda os valores passados às crianças no projeto. Elas se desenvolvem fisicamente, conhecem seus limites com a água, aprendem a respeitar esses limites. “Tem toda a parte de formação social, vemos amizades se formando aqui dentro. A disciplina e o respeito também são desenvolvidos dentro do esporte.”
Equipe de rendimento
Atualmente, 28 atletas, entre crianças e adolescentes, atuam de forma competitiva na Natação Brusque, que participa das competições federadas como Abain. As exigências são específicas para cada atleta. Dependendo da competição, há quem lute por melhorar seu próprio tempo, enquanto outros visam medalhas e pódio.
“Temos resultados bons dentro do estado, e a expectativa é de que tenhamos cada vez mais atletas, com o andamento do projeto. Há atletas como o Luís Fernando Farias, que é muito guerreiro nas travessias marítimas, e também nadadores que equilibram as duas provas, como o Lucas Rech e o Arthur Assino”, comenta Bay.
O treinador faz questão de ressaltar que a equipe competitiva vive um momento difícil financeiramente. Sem nunca ter tido um patrocinador de fato, levar os atletas para competições tem sido cada vez difícil e dependente da associação de pais de nadadores, mantida com mensalidades.
“Fazemos ações como costelaços e rifas. Nas competições, cada prova custa, em geral, R$ 18. Levando em consideração que um só atleta disputa cinco, seis provas, acaba ficando pesado. Mas precisamos continuar o trabalho”, explica.
Neste fim de semana, a Natação Brusque participa do Festival Fita Azul de Velocidade, no Clube Doze de Agosto, em Florianópolis. Em julho, é a vez do Catarinense de inverno.
Bay reconhece que a tendência é que os atletas acabem deixando a equipe depois dos 16, 17 e 18 anos. “Eles passam a morar em outras cidades, a fazer uma faculdade, e o contato com o atleta é perdido. Antigamente eu ficava triste, mas hoje vejo com bons olhos, porque eles acabam crescendo fora, muitas vezes continuam com a natação. E há nosso dedo, nosso mérito em parte das conquistas que virão.”
Aos 14 anos, Lucas Rech é um dos vários bons nomes da natação brusquense. Segundo o próprio, ele nada praticamente desde que nasceu. Na equipe, começou aos sete, sob a tutela do professor Leonardo Ristow, e depois subiu à equipe de Bay.
Em 2019, Rech chegou a ter índice no ranking para participar do Campeonato Brasileiro, em Belo Horizonte, representando Brusque e Santa Catarina. A falta de verba impediu o sonho, que precisa ser alcançado novamente.
“Quero melhorar meus tempos e trazer muitos bons resultados para Brusque. E também quero me tornar profissional. Meu sonho é ir às Olimpíadas, e é para isso que me dedico”, explica.
Aos 10 anos, conquistou a medalha de que mais se orgulha: O ouro no Sul-Brasileiro, nos 50 metros borboleta. Apesar de também disputar travessias marítimas, prefere nadar nas piscinas.
Veja também:
Acordo entre Prefeitura de Guabiruba e Sinseb põe fim processo judicial
Procurando imóveis? Encontre milhares de opções em Brusque e região
Bugio sobrevive após tomar outro choque e cair de torre de energia